Pós-impeachment

Dilma deixa Palácio Alvorada rumo a Porto Alegre

Ao longo do dia, ela recebeu visita de vários correligionários; militantes também prestaram apoio

Brasília (DF) |
Militante pró-Dilma em demonstração de apoio à presidenta em frente ao Palácio da Alvorada
Militante pró-Dilma em demonstração de apoio à presidenta em frente ao Palácio da Alvorada - José Cruz/Agência Brasil

Dilma Rousseff, presidenta deposta no último dia 31 após um processo de impeachment considerado pelos movimentos populares como um “golpe parlamentar”, deixou o Palácio da Alvorada há pouco, por volta das 15h30. Ela está de mudança para Porto Alegre (RS), onde vivem a filha, o genro e os netos.  

Sem falar com a imprensa, Dilma deixou a residência oficial após ter recebido a visita de ex-ministros, entre eles Miguel Rosseto (Trabalho e Previdência Social), Carlos Eduardo Gabas (Previdência Social), Jaques Wagner (Gabinete pessoal), Kátia Abreu (Agricultura) e Ricardo Berzoini (Trabalho e Previdência Social).

Ela também foi agraciada por parlamentares da base de apoio no Congresso, incluindo os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), atual líder da minoria no Senado, e Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente da Casa.      

“Ainda estou muito inconformado com tudo o que aconteceu e mais ainda com a forma como aconteceu, porque foi um golpe dado por um Congresso que sequer tem autoridade pra afastar uma mulher como a presidenta Dilma. Mas sinto que estamos virando o jogo”, disse Farias em vídeo publicado nas redes sociais, citando a adesão aos protestos de rua em diversas partes do país.

“Hoje é um dia triste, mas também é dia de mostrar que a luta continua”, completou o líder da minoria no Senado.  

Nos últimos dias, Dilma recebeu a visita de outros correligionários, entre eles os ex-ministros Eleonora Menicucci (Políticas para Mulheres) e Aloizio Mercadante (Educação).

Do lado de fora do Palácio, dezenas de manifestantes pró-Dilma cercaram o Alvorada nesta terça-feira (6) com bandeiras e cartazes para demonstrar apoio à petista.  

Dilma parte da capital federal no mesmo dia em que o presidente não eleito Michel Temer retorna da viagem à China, onde esteve para participar do encontro dos países que integram o G-20.

Equipe

Após a destituição, Dilma terá direito a uma equipe com oito servidores, que vão atuar em serviços de segurança, apoio pessoal, assessoria, e motorista. Todos eles terão cargos comissionados diretamente vinculados à Casa Civil.  

Além disso, serão disponibilizados dois carros oficiais para uso próprio. As normas estão estabelecidas no Decreto nº 6.381/2008, que dispõe sobre medidas de segurança para ex-presidentes da República.

Edição: Camila Rodrigues da Silva

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