Protestos

Primeiro dia de jornada de lutas unificada reúne mais de 12 mil pessoas em todo país

Em defesa de direitos dos trabalhadores rurais, cerca de 12 mil pessoas estão mobilizadas em dez estados da Federação

São Paulo |
Mobilização em Brasília (DF), principal local dos protestos
Mobilização em Brasília (DF), principal local dos protestos - Bruno Pilon

Pelo menos 12 mil pessoas estão envolvidas no primeiro dia da “Jornada de Lutas Unitária dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas”, promovida por movimentos populares, entidades sindicais e pastorais que atuam no campo. A mobilização – com ocupações de edifícios públicos e bloqueios de rodovias em dez estados do Brasil - começou nesta segunda-feira (5) e deve ir até a sexta-feira (9). 

As organizações que participam da jornada reivindicam o assentamento imediato das mais de 120 mil famílias acampadas por todo o Brasil, a revogação da lei que permite a venda indiscriminada de terras para estrangeiros – vista como um ataque à soberania nacional – e a implementação de uma política agrária que privilegie a produção de alimentos saudáveis. Trabalhadores rurais sem terra também protestam contra a paralisação da reforma agrária pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por conta de supostas irregularidades.

Em relação à produção de alimentos, a Jornada também aponta para a necessidade do desenvolvimento de infraestrutura rural, como programas que garantam a agricultura familiar e políticas de assistência técnica.

O contexto político nacional também é pauta da mobilização. Os atos da Jornada também denunciam o processo de retirada de direitos, a criminalização dos movimentos populares e o processo de impeachment contra Dilma Rousseff (PT), que levou à composição do governo não-eleito de Michel Temer (PMDB).

Brasília

No principal polo de mobilização, duas mil pessoas ocuparam a sede do Ministério do Planejamento. Os manifestantes devem permanecer acampados no local até quarta-feira (7), data em que ocorre o Grito dos Excluídos, atividade à qual devem se integrar.

Alagoas

Mais de cinco mil trabalhadores rurais participaram da mobilização na capital alagoana. Nesta segunda-feira (5), partindo da praça Sinimbu, os camponeses realizaram marchas e atos públicos pelas ruas do Centro da cidade. Já no Alto Sertão do estado, marcharam entre Senador Rui Palmeira e São José da Tapera, com um contingente de duas mil famílias.

Os trabalhadores também ocuparam a sede do Tribunal de Contas da União (TCU) em Alagoas.

Ceará

Cerca de dois mil trabalhadores e trabalhadoras rurais ocuparam na manhã desta segunda-feira (05) seis agências do Banco do Nordeste, nos municípios de Santa Quitéria, Quixadá, Crateús, Quixeramobim, Itapipoca e Canindé.

Rio Grande do Sul

Cerca de dois mil trabalhadores sem terra ocupam desde a manhã desta segunda-feira (5) o pátio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério da Fazenda em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Os agricultores exigem a suspensão da decisão do TCU de penalizar mais de 578 mil assentados no país por considerá-los irregulares.

Rio Grande do Norte

Cerca de 600 famílias sem terra ocuparam, na madrugada desse domingo (04), uma área de 300 hectares localizada no Parque dos Coqueiros, Zona Norte de Natal. Os camponeses afirmam que o terreno é improdutivo e de posse da família do governador do estado Robinson Farias (PSD).

Paraná

Cerca de mil integrantes do MST, de todas as regiões do Paraná, ocuparam a sede estadual do Incra na manhã desta segunda-feira (5).

Espírito Santo

Em Vitória, cerca de 300 sem terra ocuparam a sede do Incra nesta segunda-feira.

Mato Grosso

Desde domingo (04), cerca de 250 integrantes do MST de todas as regiões do estado de Mato Grosso, ocupam a sede do Incra.

Maranhão

Por volta de 200 famílias sem terra ocuparam Superintendência Regional do Incra na segunda-feira.

São Paulo

Cerca de 150 sem terra bloquearam a rodovia Anhanguera, na altura do km 340, no início da manhã dessa segunda-feira (05).

Pernambuco

Cerca de 500 sem terra ocuparam a sede do Incra e os vão permanecer no local até a próxima sexta-feira (9).

Edição: Simone Freire

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