Manifestação

Contra mudanças no Ensino Médio, estudantes realizam ato em São Paulo

O ato dos estudantes foi acompanhado por uma grande quantidade de policiais, mas seguiu de forma pacífica

Agência Brasil |
  Ato contra a Reforma no Ensino Médio na Avenida Paulista reuniu cerca de 700 estudantes, segundo a PM
Ato contra a Reforma no Ensino Médio na Avenida Paulista reuniu cerca de 700 estudantes, segundo a PM - Midia Ninja

Após passarem pela frente do diretório estadual do PMDB, na região do Parque Ibirapuera, em São Paulo, estudantes secundaristas que protestavam contra a reforma do Ensino Médio decidiram encerrar o ato de nesta segunda-feira (26) no Monumento às Bandeiras, no Parque Ibirapuera, por volta das 21h. No local, os estudantes subiram no monumento para fazerem fotos e fizeram um jogral onde disseram que “se a Medida Provisória [que trata sobre o Ensino Médio] passar [no Congresso], a luta não vai cessar”.

O ato teve início por volta das 17h, no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Como o movimento se declara horizontal e sem liderança, os estudantes decidiram fazer uma assembleia no local para decidir qual seria o caminho da passeata. No entanto, enquanto decidiam qual seria o caminho, a Polícia Militar cercou o Masp, impedindo a saída dos estudantes, dizendo que eles deveriam informar antes qual seria o trajeto do ato.

O clima ficou tenso, mas houve uma negociação e os estudantes então saíram em caminhada pela Avenida Paulista, passando pela Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, até a sede do PMDB, na região do Ibirapuera. No caminho, alguns estudantes picharam bancos e imóveis, criticando a reforma do Ensino Médio e pedindo a saída do presidente Michel Temer.

O ato dos estudantes foi acompanhado por uma grande quantidade de policiais, mas seguiu de forma pacífica. Os policiais disseram à Agência Brasil que cerca de 700 estudantes participaram do ato. Os manifestantes não divulgaram o número de pessoas.

Estudantes criticam a reforma

Um dos participantes do protesto foi o estudante Alan Queiroz, 16 anos, secundarista de uma escola da zona norte da capital paulista. “Esse é o primeiro ato contra a reformulação do Ensino Médio que, na verdade, é um plano de privatização do governo Temer, que é verticalizado, de cima para baixo, sem diálogo com os alunos ou a comunidade escolar”, disse o estudante. “Quero prestar sociologia e, se não tiver essa matéria dentro da escola, terei um atraso muito grande na faculdade. O ato é para mostrar que a população está contra [ a reforma]”.

Para Alan, a reforma não “mexe no que realmente deve”. “O que adianta colocar os alunos em uma escola com horário integral, sendo que eles não tem material para o horário integral? As vezes não tem giz para o professor. E a alimentação? Esse é um lance também que tem que ser discutido. Não tem essa estrutura para colocar em horário integral”, reclamou.

Lilith Cristina de Passos Moreira, 16 anos, também reclamou da reforma do Ensino Médio. “Estou presente no ato porque sou estudante secundarista. Essa reforma do Ensino Médio é uma coisa super-absurda”, disse. “O ensino público está cada dia mais precarizado. Um dos motivos que está movendo os estudantes contra essa reforma é a carga horária, que vai aumentar. Sete horas de carga horária dentro da escola é lógico que vai aumentar a evasão [escolar]”.

 

Edição: ---