Empresas reclamam que não puderam demolir instalações para construir shopping
O Consórcio Maracanã, que administra o complexo esportivo, afirmou que as negociações com o governo do estado do Rio avançaram no sentido de uma rescisão amigável e tudo vai ser concluído ainda esse ano. O governo do estado do Rio de Janeiro já anunciou que fará nova licitação.
No entanto, algumas questões ainda estão pendentes, como a primeira parcela, em um total de 33, da taxa de outorga de R$ 5,5 milhões anuais, que deveria ter sido paga pelo Consórcio em janeiro deste ano, mas não foi.
O Consórcio alega que o projeto original da licitação foi alterado com a exigência do governo. Uma das queixas dos administradores do Maracaña é que estádio de atletismo Célio de Barros e o parque aquático Júlio Delamare, que deveriam ser demolidos no acordo inicial, foram mantidos de pé devido à pressão popular.
Diante da proibição de realizar os investimentos desejados na área, o Consórcio alega que não obteve retorno financeiro com o negócio e, por consequência, não tem como cumprir as obrigações financeiras com o estado do Rio. O projeto do Consórcio previa um shopping center, um museu e um estacionamento vertical no lugar dos equipamentos esportivos.
O governo confirma que as tratativas para a devolução do complexo esportivo por parte do Consórcio continuam, mas ainda não estão definidas as condições.
Se o acordo não for firmado antes de 30 de outubro, data em que o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016 (CO-Rio) devolverá a administração do local, o Consórcio terá que reassumir suas funções à frente do Maracanã.
Porém, o Consórcio já demitiu praticamente toda a equipe que administrava o Maracanã. Se retomar suas atividades à frente do complexo, dificilmente conseguirá colocar o estádio em condições de uso para os clubes de futebol da cidade, em especial Flamengo e Fluminense. Os dois clubes possuem contratos para uso do estádio em seus jogos.
De olho na nova licitação, o Flamengo e o Fluminense monitoram a situação em parceria com uma empresa estrangeira especializada em administração de arenas esportivas e devem apresentar uma proposta para gerir o Maracanã.
O Flamengo, cujo contrato se encerra no final deste ano, não pretende renová-lo, caso a administração do Maracanã permaneça nos moldes atuais. Já o Fluminense possui um contrato de 35 anos de duração e deseja compensação financeira do Consórcio pela ruptura do acordo.
FLA TENTA ANTECIPAR USO
Sem casa para jogar no Rio de Janeiro esse ano, o Flamengo acompanha com interesse também a devolução do Maracanã por parte do CO-Rio, buscando antecipá-la.
Além do protesto de torcedores do clube exigindo que o estádio esteja disponível para utilização no clássico contra o Fluminense, no dia 12 de outubro, o clube também trabalha nos bastidores para poder usar o Maracanã antes do prazo estabelecido para devolução.
O Flamengo busca liberar o estádio para o jogo contra o Corinthians, no dia 26 de outubro, quatro dias antes do prazo.
Porém, diante da indefinição com relação à própria administração do estádio, não se pode garantir que o clube dispute alguma partida este ano.
Já o Fluminense já tem acordo até o final de 2016 com o América para a utilização do estádio Giulite Coutinho, em Edson Passos.
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