A greve nacional dos bancários, vinculada à campanha salarial unificada em todo o país, completou 29 dias nesta terça-feira (4). Mais da metade – 56% - da categoria aderiu à paralisação, de acordo com levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).
A Contraf afirma que 13.245 agências e 29 centros administrativos paralisaram suas atividades. Os dados são da última segunda-feira (3). A principal pauta de reivindicação é a recomposição salarial, cobrindo a inflação e incluindo aumento real.
A categoria, em assembleias realizadas nos estados, rejeitou a proposta patronal. Os bancos defendem um acordo válido por dois anos, com 7% para 2016, mais abono de R$ 3.500. Em 2017, haveria 0,5% de aumento real.
A Contraf afirma que isso representaria uma perda real de 2,39% em 2016.
“A proposta foi rejeitada porque é ruim. Tem um reajuste abaixo da inflação. Os bancos, que fizeram cortes nos postos de trabalho no primeiro semestre - quase dez mil - não têm compromisso. Nas mesas de negociações, nós estamos cobrando a suspensão das demissões, mecanismos de garantir empregos e eles não querem se comprometer. E os bancos tiveram R$ 30 bilhões de lucro no primeiro semestre. Estão se aproveitando de uma conjuntura de desemprego alto, de ataques a direitos para impor um arrocho salarial”, afirma Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e integrante do Comando Nacional de Greve.
A perspectiva, de acordo com ela, é de que a “greve continue”. Ela ainda aponta a necessidade de melhora nas condições de trabalho dos bancários: “É uma categoria que tem em torno de 18 mil trabalhadores afastados por problemas de saúde, grande parte por transtornos mentais, fruto da pressão que sofrem diariamente”.
A reportagem tentou contato com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), mas não teve sucesso.
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