Colômbia

Líder das FARC afirma que guerrilha respeitará cessar-fogo previsto em acordo de paz

Em mensagem, Timoléon Jiménez afirmou que paz 'chegou para ficar' e que plebiscito rejeitado não tem efeito jurídico

Opera Mundi |
"Acordo final para a construção de paz estável e duradoura foi assinado como acordo especial perante o Conselho da Confederação Suiça, em Berna", afirma Jiménez
"Acordo final para a construção de paz estável e duradoura foi assinado como acordo especial perante o Conselho da Confederação Suiça, em Berna", afirma Jiménez - Reprodução

Em mensagem de vídeo divulgada nesta segunda-feira (03/10), o líder das FARC (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas), Timoléon Jiménez, afirmou que, apesar de o resultado no plebiscito de domingo (02/10), a guerrilha dará continuidade ao cessar-fogo “bilateral e definitivo”, previsto no documento.

“A paz chegou para ficar. As FARC reafirmamos perante a Colômbia e o mundo que suas frentes guerrilheiras em todo o país permanecerão de acordo com o cessar-fogo definitivo e bilateral como uma necessária medida de alívio às vítimas do conflito e em respeito ao acordado com o governo nacional”, disse Timoleón.

No domingo, 50,2% da população colombiana votou contra o acordo de paz negociado nos últimos quatro anos e assinado na segunda-feira passada.

Após o resultado do plebiscito, convocado pelo presidente Juan Manuel Santos e que tinha o potencial de colocar o acordo em vigor, o mandatário afirmou que não iria “se render” e que daria continuidade às negociações de paz.

Na mensagem desta segunda, porém, Timoleón não deixou claro se as FARC voltarão para a mesa de negociação, afirmando que “a consulta plebiscitária não tem efeito jurídico algum, o efeito é político”.

“O acordo final para a construção de uma paz estável e duradoura foi assinado como um acordo especial e depositado perante o Conselho da Confederação Suiça, em Berna, que o concede inegável e irrevocável efeito jurídico”, disse o líder da guerrilha.

“As FARC permanecerão fiéis ao acordado, a paz chegou para ficar. Os sentimentos bélicos de quem quer sabotar [a paz], jamais serão mais poderosos que os sentimentos de inclusão e justiça social”, concluiu.

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