O cenário era de festa. No dia sete de fevereiro de 2013 o recém-empossado prefeito Geraldo Julio (PSB), lançava sua primeira grande obra: a completa reforma e modernização do Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães, o Geraldão, maior ginásio poliesportivo de Pernambuco. Inaugurado em 1970, o Geraldão passaria pela maior transformação de sua história. A promessa, no entanto, não consegue sair do papel. Anunciada para ficar pronta em julho de 2014, visando a Copa do Mundo, a reforma do ginásio se arrasta e agora está prevista para acabar no fim de 2017 – isso se não sofrer mais um adiamento.
A obra lançada por Geraldo Julio previa, além da recuperação da estrutura física, tornar o ginásio mais confortável, com cadeiras, climatização e acessibilidade. A obra previa ainda a troca da coberta, a implantação de alojamento, refeitório, camarotes, tribuna de honra e uma piscina semiolímpica. Na ocasião o próprio prefeito admitiu que, apesar de estar lançando o edital de licitação da obra – orçada em R$ 38,9 milhões – o dinheiro para a reforma ainda não estava garantido.
A primeira polêmica surgiu poucos dias após lançada a licitação: vereadores da oposição foram ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) denunciar um possível direcionamento da licitação, devido ao nível de especificação do item 4.3.3. O item sob suspeita trata da Qualificação Técnica e Capacitação Operacional exigida pela Prefeitura para as empresas que pleiteiam a obra. O edital exigia que, para concorrer, a empresa já tenha construído ou reformado um ginásio de esportes e tenha fornecido cadeiras nas cores azul, amarelo, laranja e cinza. Apesar da polêmica, o edital prosseguiu e foi vencido pela pernambucana Cinzel Engenharia Ltda.
A Prefeitura se comprometeu em arcar com apenas 10% do custo total, enquanto esperava que o Governo Federal fizesse o repasse dos outros 90% - mas o Ministério do Esporte sequer confirmara a parceria.
DETERIORAÇÃO – Em junho de 2016 o TCE reagiu à situação da obra, que se encontrava parada, alagada e com diversos focos de mosquito Aedes-aegypti, em pleno surto de dengue, zika e chikungunya pelo qual passa o Recife. O tribunal emitiu um alerta de responsabilização à Prefeitura do Recife. Segundo o documento (Ofício nº100/2016, Gabinete da Conselheira Teresa Duere), apesar de 3 anos e meio após o lançamento da obra, apenas 30% do projeto foi executado e o pequeno avanço estava se deteriorando.
“Observou-se que apenas 30% dos serviços foram executados e, ainda, que o contrato intercala períodos de produtividade bastante reduzida com outros de paralisação total dos serviços, com ocorreu entre agosto/2014 e abril/2015”, diz o documento. “A situação vigente causa prejuízo crescente às instalações do ginásio de esportes, haja vista a deterioração geral dos serviços já executados”.
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