Nesta segunda-feira (10 de outubro), familiares, amigos e moradores do Jardim Novo Horizonte e região (distrito do Grajaú, Extremo Sul de São Paulo) foram às ruas para homenagear Matheus Freitas e denunciar a violência policial contra a juventude e o genocídio negro.
O universitário negro de 24 anos morreu na última segunda-feira (03/10), no Hospital Geral do Grajaú, dois dias depois de ser baleado por um policial militar dentro da EE Tancredo de Almeida Neves.
Os manifestantes carregavam flores, acenderam velas, colaram cartazes e faixas lembrando de Matheus e outras vítimas em frente à escola.
Depois, saíram em uma caminhada silenciosa pelas ruas do bairro. De volta ao colégio, rezaram um Pai Nosso, gritaram palavras de ordem e prometeram acompanhar o processo até a condenação do policial que atirou no jovem.
Assassinato
No sábado (01/10), Matheus e outros três amigos pularam o muro da escola para jogar bola, mas foram surpreendidos por três policiais à paisana que estavam dentro do colégio para vigiar as urnas eletrônicas que seriam utilizadas nas eleições municipais do dia seguinte.
Matheus foi baleado, conseguiu pular uma das grades mas caiu pouco depois. A ambulância demorou quase quatro horas para chegar e prestar socorro. Policias disseram a testemunhas que o jovem tinha se ferido sozinho, ao ficar preso em uma lança de aço que não existe.
Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) admitiu que a morte foi decorrente de “oposição à intervenção policial”, conforme registro no 101º DP do Jardim das Imbuias. O policial que efetuou o disparo está afastado do trabalho, enquanto a Corregedoria da Polícia diz que vai investigar o ocorrido.
Matheus foi aluno da EE Tancredo Neves, lutava jiu-jitsu e deixou o emprego no setor financeiro para se dedicar ao último ano da faculdade de Economia no Centro Universitário Nove de Julho.
Assista vídeo produzido pelo Periferia em Movimento.
***Com informações do Periferia em Movimento
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