Policiais civis, professores e servidores de escolas e universidades públicas estaduais do Paraná iniciam greve nesta segunda-feira (17). As categorias reagem à proposta de congelamento dos salários dos servidores, enviada pelo governador do estado, Beto Richa (PSDB), à Assembleia Legislativa, por meio da Mensagem 046/2016.
A adesão entre os professores e servidores das escolas públicas estaduais chega a 50% da categoria, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP – Sindicato). Das 2.100 escolas públicas do estado, cerca de 750 estão paralisadas total ou parcialmente pela greve. Somado às 550 escolas ocupadas por estudantes, contra a Medida Provisória de reforma do Ensino Médio, o número de instituições paralisadas é de aproximadamente 1.300.
“Mais uma vez a escola pública assume papel de protagonista da resistência contra os retrocessos”, avalia Luis Fernando Rodrigues, secretario de comunicação da APP – Sindicato. As greves também pautam a retirada da PEC 241, que congela o crescimento dos investimentos públicos em âmbito federal por 20 anos.
Professores de universidades públicas estaduais também cruzam os braços, além dos servidores técnicos das universidades de Maringá. A categoria esteve em reunião com o governo do estado na tarde desta segunda-feira.
Entre os policiais, a adesão é massiva em todo estado e chega a 100% em Londrina e região, de acordo com presidente do Sindicato dos policiais Civis de Londrina e Região (SINDIPOL), Michel Franco. Segundo o presidente, o comunicado de Richa gerou a unanimidade entre os servidores, que reagem de maneira unificada.
Os servidores da saúde pública estadual decidiram pelo indicativo de greve e farão uma paralisação estadual no dia 25 de outubro. Uma assembleia realizada no mesmo dia irá confirmar ou não à greve geral.
Antecipação da greve
“Temos dezenas de motivos para entrar em greve contra as ações que o governo vem tomando para com a categoria, mas o comunicado adiantou o movimento que a gente faria mais adiante”, explica Michel Franco. Entre os problemas enfrentados aos quais Franco se refere está o fato de 80% dos coletes à prova de bala estarem vencidos, o armamento ser inadequado às demandas e o baixo efetivo, que é de cerca de 4 mil trabalhadores para todo estado, quando deveria chegar a pelo menos 12 mil.
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