Desde a noite da última segunda-feira (17), alunos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) ocupam o prédio central da instituição, o edifício Arthur Bernardes. Os alunos reivindicam da reitoria um posicionamento contrário à Proposta de Emenda Constitucional 241 (a PEC 241, que impõem um teto de gastos do governo para os próximos 20 anos e deve afetar prioritariamente a educação e a saúde) e às reformas do ensino médio proposta pelo governo não eleito de Michel Temer.
Segundo os alunos, a reitora da Universidade, Nilda de Fátima Ferreira Soares, visitou a ocupação somente nesta quarta-feira (19), mas não garantiu que a instituição atenderá às demandas dos alunos.
Segundo o estudante Jinx Vilhas, responsável pela comunicação da ocupação, a reitora disse que encaminhará as pautas indicadas pelos alunos ao Consu (Conselho Universitário).
“Esse conselho já negou as cotas raciais, é extremamente conservador e é muito difícil que eles aprovem qualquer ação contrária a essa medidas”, explica
A ocupação, que conta até o momento com cerca de 100 alunos, é apoiada por grande parte dos professores da instituição e dos demais funcionários da universidade. “A gente teve muito apoio dos professores, recebemos doações de todos os sindicatos da UFV. Diariamente, chegam suprimentos e materiais de limpeza”, afirmou Vilhas. Segundo ele, não há prazo para que os alunos deixem o prédio Arthur Bernardes.
Outro lado
Em nota, a administração da UFV disse estar “sempre aberta ao diálogo" e "entende que é possível encaminhar, nos colegiados e nas instâncias competentes, a pauta reivindicada pelos estudantes”.
Ainda segundo a nota, a instituição está empregando “esforços” para “minimizar os impactos causados pela interrupção das atividades administrativas dos setores que funcionam no Edifício Arthur Bernardes”.
Ocupações
Cerca de 24 universidades espalhadas pelo país estão ocupadas por estudantes e, apesar de pautas específicas, como ampliações de refeitórios e contratação de professores, os alunos estão unificados para evitar que a PEC 241 seja aprovada pelo governo não eleito de Michel Temer.
Além das universidades, institutos federais em nove estados (Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará, Piauí, Bahia, Paraná e Acre) também estão ocupados por alunos. Estudantes secundaristas ocupam ainda os prédios de cerca de 870 escolas.
Edição: Camila Rodrigues da Silva
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