Estados Unidos

Em debate, Trump se recusa a dizer que vai aceitar resultado de eleição caso perca

Debate ficou marcado por tom agressivo; Hillary foi cobrada por e-mails vazados pelo Wikileaks

Opera Mundi |
Hillary Clinton e Donald Trump fizeram na noite desta quarta-feira (19) o último debate das eleições deste ano nos Estados Unidos
Hillary Clinton e Donald Trump fizeram na noite desta quarta-feira (19) o último debate das eleições deste ano nos Estados Unidos - Wikimedia Commons

A democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump fizeram na noite desta quarta-feira (19/10) o último debate das eleições deste ano nos Estados Unidos. Em meio à discussão – marcada pelo tom agressivo entre os dois –, Trump se recusou a dizer se aceitaria o resultado da eleição caso seja derrotado por Hillary.

"Vou ver isso na hora", afirmou o candidato republicano ao responder a uma pergunta do moderador, o jornalista da Fox News Chris Wallace. Após insistência de Wallace, que afirmou existir uma tradição de que o perdedor aceite o resultado, Trump disse: "Direi depois. Vou manter o suspense".

Segundo Trump, há "milhões de pessoas registradas para votar que não deveriam estar registradas para votar", ao alegar que as eleições estão armadas a favor da candidata democrata.

Após o debate, a chefia de campanha de Trump afirmou que ele vai aceitar o resultado das eleições - “pois será o vencedor”.

Mulheres

As denúncias de assédio sexual contra Trump, e o vídeo em que ele aparece se referindo a mulheres com termos vulgares também apareceram no debate. O republicano acusou Hillary de estar por trás das pessoas que o acusaram de abuso. Ele afirmou que as histórias eram “falsas e já desacreditadas”

"É a única maneira. Essas histórias são totalmente falsas, nem sequer pedi perdão à minha mulher porque não fiz nada, não as conheço, ou querem fama ou foi a campanha (de Hillary) que fez isso", afirmou o republicano.

"Ouvimos o que Donald Trump disse que fez às mulheres e depois as mulheres vieram e disseram a ele", argumentou Hillary, ao dizer que a onda de denúncias foi provocada pelo vídeo. A democrata lembrou que o empresário, em comícios posteriores, chegou a dizer que algumas das mulheres que o acusam nem sequer seriam suficientemente atraentes para que ele tentasse algo com elas.

“Ninguém tem mais respeito por mulheres do que eu tenho”, afirmou Trump, que aproveitou para mudar de assunto e trazer à tona os e-mails de Hillary.

A candidata democrata, no final do debate, foi chamada de “nasty” pelo republicano, palavra em inglês que significa “suja”, “má”, enquanto ela respondia sobre economia.

E-mails

Hillary foi cobrada diversas vezes pelos e-mails de sua campanha que foram vazados (trazidos a público pelo Wikileaks) e pelo uso de um servidor privado para gerenciar suas correspondências eletrônicas quando era secretária de Estado.

Ela foi questionada pelo moderador sobre uma palestra que havia dado a um banco brasileiro, no qual dizia “sonhar” com um “mercado comum” no hemisfério, fato revelado pelo Wikileaks. A candidata, então, afirmou que faltava contexto, já que estava falando, segundo ela, sobre “energia”.

A partir daí, Hillary lembrou das acusações de que a Rússia está envolvida no vazamento das correspondências. Ela afirmou que "não existem precedentes" de tentativas de manipulação das eleições por um país estrangeiro, fato pelo qual acusou Trump como responsável devido aos comentários sobre o presidente russo.

"Não conheço Putin", respondeu na sequência o magnata nova-iorquino. Ele aproveitou para dizer que o presidente russo, Vladmir Putin, não a respeita.

“É porque ele prefere uma marionete”, respondeu Hillary a Trump. “Marionete é você”, rebateu Trump. “Ele foi mais inteligente que você em vários aspectos”, continuou o republicano.

Crescimento econômico

Trump afirmou que, se chegar à Casa Branca, o país criará uma "maquinaria econômica" para crescer a um ritmo anual de 5% a 6%, e disse que essa porcentagem será "menor que zero" com Hillary.

"Criaremos uma maquinaria econômica como não vimos em décadas. Podemos crescer de 5% a 6% anualmente. Se Hillary chegar ao poder, o crescimento econômico será menor que zero", disse Trump no terceiro e último debate presidencial, realizado em Las Vegas.

Em resposta, a democrata criticou as propostas econômicas do magnata nova-iorquino ao dizer que o rival quer diminuir os impostos dos mais ricos e ressaltou que o plano econômico democrata não contempla o aumento de impostos para a classe média.

"Aumentaremos os impostos para os mais ricos", disse a ex-secretária de Estado, ao defender que protegerá os programas sociais e a reforma da saúde conhecida como Obamacare. A melhor forma de recuperar a economia é "reconstruir a classe média", disse Hillary.

Eleição

As eleições acontecem no dia 8 de novembro. Alguns Estados, como a Flórida, já estão em processo eleitoral, com votação antecipada. As últimas pesquisas, feitas antes do debate desta quarta, mostram Hillary com vantagem de até 11 pontos sobre Trump e liderando em Estados vitais, como a própria Flórida e a Pensilvânia..

(*) Com Efe

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