O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu, nesta terça-feira (18/10), que os movimentos sociais e povos do mundo se mobilizem para defender o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, diante da perseguição jurídica contra ele no país.
“Me atrevo daqui a fazer um chamado mundial à solidariedade com o presidente Lula, que está sendo perseguido pela oligarquia fascistóide, avarenta do Brasil”, disse o mandatário durante a transmissão do programa Contato com Maduro.
O dirigente nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile esteve presente na transmissão do programa, realizada no Teatro Cátia, em Caracas, e pediu solidariedade com o que ocorre no Brasil, onde a presidente do país foi vítima de um processo de impeachment em agosto. Stedile ressaltou ainda que os povos não aceitarão que presidentes títeres tirem a Venezuela do Mercosul.
Nesse sentido, Maduro pediu ao povo brasileiro que não deixe de apoiar o PT (Partido dos Trabalhadores) e fez um chamado aos venezuelanos para que se mobilizem, diante da embaixada do Brasil no próximo dia 30 de novembro.
Hoje, afirma Maduro, o governo dos Estados Unidos, com seus interesses intervencionistas e aliados da direita na região, “não dão golpes de Estado brutais como no século 20 porque não podem, devido à consciência popular”.
Copppal
No último final de semana, em Assunção, foi realizada a 34ª reunião plenária da Conferência Permanente de Partidos Políticos da América Latina e Caribe (Copppal), que reuniu mais de 70 delegados de 36 países. A declaração final do organismo também reitera a necessidade de fazer frente à ofensiva judicial contra o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
A avaliação do organismo é que a perseguição a Lula é parte do golpe parlamentar no Brasil. Por isso, em sua resolução final, a Copppal se soma à campanha mundial “Estamos com Lula”, fazendo um chamado a “todos os democratas, partidos de esquerda e progressistas, nacionais e populares, organizações sindicais e movimentos sociais” para que façam o mesmo.
Ainda sobre o cenário brasileiro, os partidos progressistas reunidos resolveram desconhecer o governo de Michel Temer, considerado “usurpador da democracia”.
Entre as resoluções do encontro também estão o apoio à demanda argentina pela soberania das Ilhas Malvinas; o eco ao pedido cubano pelo fim do bloqueio estadunidense imposto à ilha; a denúncia contra a prisão da ativista argentina Milagro Sala, considerada presa política deste país; o apoio à iniciativa do presidente Nicolás Maduro de chamar a oposição para o diálogo em face da crise política venezuelana e o respaldo ao processo de paz entre as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e o governo colombiano.
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