EUA

Um dia após Trump dizer que acusações de assédio são 'falsas', surge nova denúncia

Karena Virginia é décima mulher a acusar o candidato de assédio sexual; assessores dizem que história é fictícia

Opera Mundi |
Esta é a segunda vez que Trump e seus assessores acusam como falsos os depoimentos das mulheres que divulgaram casos de abusos
Esta é a segunda vez que Trump e seus assessores acusam como falsos os depoimentos das mulheres que divulgaram casos de abusos - Wikimedia Commons

Apenas um dia após o candidato à Presidência dos EUA pelo Partido Republicano Donald Trump afirmar que as nove acusações de que ele teria cometido assédio sexual eram “totalmente falsas”, surgiu, nesta quinta-feira (20/10), uma nova denúncia.

Karena Virginia, uma instrutora de ioga de Nova York, diz ter sido tocada de maneira inapropriada e sem autorização pelo empresário. O episódio ocorreu quando ela tinha 27 anos, durante o torneio de tênis US Open de 1998. Trump teria apalpado seus seios e feito comentários obscenos sobre seu corpo.

Virginia nunca havia encontrado Trump antes do episódio. Ela afirma que estava esperando que a buscassem no evento esportivo quando o empresário se aproximou dela junto a um pequeno grupo de homens.

“Eu me surpreendi quando o ouvi falando com os outros homens sobre mim. Ele falou: ‘Ei, olhem para esta daqui, nós nunca a vimos. Olhem para essas pernas’, como se eu fosse um objeto em vez de uma pessoa”, disse Virginia à imprensa.

Trump, então, a teria abordado e segurado seu braço direito. “A mão dele tocou o lado direito do meu seio. Eu fiquei em choque e não soube reagir. ‘Você não sabe quem eu sou?’, ele me perguntou. Eu me senti intimidada e impotente. Quando chegou o carro que havia ido me buscar e eu entrei, meu choque se transformou em vergonha”, contou ela.

Horas após a denúncia de Virginia, a assessoria da campanha do candidato republicano emitiu uma nota afirmando se tratar de um ataque coordenado e “uma história fictícia” criada pela campanha de sua oponente, a democrata Hillary Clinton, para beneficiá-la.

Esta é a segunda vez que Trump e seus assessores acusam como falsos os depoimentos das mulheres que divulgaram casos de abuso por parte de Trump. Nas últimas duas semanas, nove mulheres denunciaram terem sido beijadas à força ou apalpadas sem autorização pelo empresário.

"Eu não conhecia nenhuma dessas...eu nunca vi estas mulheres", afirmou Trump no debate presidencial de quarta-feira (19/10), onde ele voltou a dizer que as acusações foram forjadas por Hillary.

A última mulher a acusar Trump de assédio, antes de Virginia, foi Summer Zervos, ex-participante do reality show comandado pelo empresário há alguns anos, O Aprendiz. Zervos afirmou ter sido beijada à força.

A primeira mulher a denunciar o comportamento predatório de Trump foi Jill Harth, uma maquiadora, pouco após ter sido divulgado um vídeo de 2005 em que o republicano dizia que conseguia fazer o que quisesse com as mulheres por causa de sua fama, o que incluía beijá-las e tocá-las sem consentimento.

Harth afirmou ter sido vítima de uma tentativa de estupro por parte de Trump há cerca de 20 anos. Durante um encontro de negócios, Trump teria tentado tirar o vestido que Harth usava.

“Ele me empurrou contra uma parede e começou a me tocar e a tentar levantar meu vestido, e eu tive que fisicamente dizer: ‘O que você está fazendo? Pare’. Foi chocante para mim vê-lo fazer aquilo porque ele sabia que eu estava com o George [namorado de Harth, na época], ele sabia que ele estava na sala ao lado. E como ele podia estar fazendo aquilo comigo quando eu estava lá a negócios?”, relatou a maquiadora na ocasião da denúncia.

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