O Movimento Nossa Brasília, em parceria com o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e a organização não governamental Oxfam Brasil, está elaborando o Mapa das Desigualdades, uma ferramenta para medir a desigualdade nos territórios do Distrito Federal e servir como uma fonte popular para explicitar a disparidade entre as regiões. O mapa será lançado no final de novembro em um evento que discutirá o direito à cidade.
Segundo o movimento, o Distrito Federal é o território mais desigual do Brasil e não possui nenhum indicador regionalizado que demonstre a disparidade social entre as regiões administrativas.
A ferramenta possibilitará a comparação de políticas públicas em saúde, educação e outros direitos, mostrando a forma como são distribuídas pelas cidades do Distrito Federal. "Nós sabemos que as cidades não são iguais, existem várias cidades dentro das cidades", explica Cleo Manhas, integrante do Nossa Brasília e uma das idealizadoras da proposta, no site da organização.
Metodologia
As primeiras regiões administrativas que serão analisadas no levantamento são as regiões de Samambaia, São Sebastião e Estrutural. A metodologia do levantamento tem base em conversas com movimentos e parceiros locais, visando a reafirmação do protagonismo da sociedade civil na validação de informações sobre a região onde vivem. Neste sábado (22), o processo se iniciará com atividades em Samambaia.
A experiência replica uma metodologia desenvolvida pelo Movimento Rede Nossa São Paulo, que tem como destaque esse diálogo com a comunidade local, estabelecendo indicadores prioritários regionais.
Após o levantamento nas três cidades selecionadas, a equipe do projeto sistematizará as informações coletadas, comparando-as com os dados disponíveis sobre o Plano Piloto, considerada uma das regiões com maior índice de desenvolvimento do país.
Com o resultado, que ficará disponível para acesso e uso público no site do movimento, a população poderá ter maior clareza das necessidades de seu território e da forma como os recursos públicos vêm sendo destinados na gestão das cidades. Desta forma, “os indicadores contribuem para que as políticas públicas sejam melhor planejadas e melhor aplicadas”, conclui Cleo Manhas.
Edição: Camila Rodrigues da Silva
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