Educação

Mais de 1100 escolas estão ocupadas em todo o país

Mobilizações de secundaristas se posicionam contra a PEC 241 e a Reforma do Ensino Médio

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Fachada do Instituto Federal de Brasília (IFB), campus São Sebastião, ocupado por estudantes
Fachada do Instituto Federal de Brasília (IFB), campus São Sebastião, ocupado por estudantes - Wilson Dias/Agência Brasil

De acordo com os últimos dados divulgados pela União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), já são pouco mais de 1.100 escolas ocupadas em todo o país contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 e a reforma do ensino médio, além de 82 campi universitários, três núcleos regionais de Educação e a Câmara Municipal de Guarulhos.

O estado do Paraná reúne o maior número de ocupações, com 846 escolas. Minas Gerais aparece em segundo lugar, com 66 escolas ocupadas, seguido pelo Rio Grande do Sul (13), Goiás (10) e Rio Grande do Norte (9).

Além disso, existe um movimento nacional de greve geral de professores e técnicos que, no Paraná, teve início no último dia 17.

Pressão e violência

Após o assassinato do estudante Lucas Eduardo Araújo Mota, 16, em uma das ocupações do Paraná na tarde desta segunda-feira (24), manifestações em repúdio às ocupações por parte do grupo Movimento Brasil Livre (MBL) incentivou os pedidos de reintegração de posse das escolas.

Entretanto, depois de uma assembleia realizada na tarde desta quarta-feira (26), os secundaristas decidiram continuar as ocupações no estado.

Os estudantes reivindicam a rejeição da PEC 241, aprovada na noite desta terça (25) no segundo turno de votação da Câmara dos Deputados. Agora, a peça vai para avaliação do Senado, também em dois turnos: o primeiro está previsto para terminar até o final de novembro e o segundo, até o dia 13 de dezembro.

A PEC introduz um Novo Regime Fiscal e congela os gastos do governo federal pelos próximos 20 anos, o que afetaria diretamente o orçamento direcionado para a educação e, segundo o movimento secundarista, acarretará na retirada de recursos de outras áreas para o investimento no ensino.

A Ubes divulgou uma nota com seis "porquês" da movimentação contra a PEC, entre os quais estão ataques aos setores mais carentes da população, desmonte da educação pública e precarização dos serviços públicos.

O movimento também se posiciona contra a Medida Provisória (MP) 746/2016, enviada ao Congresso por Michel Temer, que institui a Reforma do Ensino Médio, propondo a reformulação do ensino por áreas de conhecimento.

Os estudantes argumentam que a reforma deve ser debatida amplamente com a participação popular antes de ser implantada pela MP.

Edição: Camila Rodrigues da Silva

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