A Comissão de Direitos Humanos da ALEP (Assembleia Legislativa do Paraná) organizou, nesta terça-feira (8), uma reunião para debater a operação da Polícia Civil denominada Castra, que resultou na prisão de integrantes do MST na última sexta (4) no interior do estado. Participaram do encontro representantes do governo do estado do Paraná, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outras entidades.
Segundo o presidente da Comissão, o deputado Tadeu Veneri (PT), as acusações que resultaram nas prisões de integrantes do MST seriam frágeis e não sustentariam os indícios de formação de quadrilha que constam na denúncia.
“São acusações pontuais, individuais e que dão a impressão que buscam um fato [para dizer] que teríamos uma organização criminosa, mas essas denúncias não se materializam. Por exemplo, um dos acusados que foi preso com armas não fazia parte do MST, segundo os advogados do próprio movimento. Enfim, é preciso esclarecer tudo isso”, disse.
Além do deputado, estavam presentes na reunião os deputados estaduais Francisco Lacerda Brasileiro (Chico Brasileiro), do PSD, José Rodrigues Lemos (Professor Lemos) e Péricles de Melo, ambos do PT; Hamilton Serighelli, representante do governo do estado; Raul Bergold, assessor agrário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); Gerson da Silva, ouvidor da Defensoria Pública; e Bernardino Camilo da Silva, advogado do MST.
Segundo os advogados do MST presentes na reunião, o poder público não cumpre seu papel com as famílias que estão na região. “A presença do Estado é irrisória e, por isso, as famílias precisam defender seus direitos. O Estado só se faz presente pela força policial”.
Operação Castra
A ação da Polícia Civil para criminalizar o MST foi deflagrada em março de 2016, após a ocupação da Fazenda Dona Hilda, em Quedas do Iguaçu (PR). Castra significa latifúndio em latim e cumpriu nos últimos dias 14 mandados em Quedas do Iguaçu, Francisco Beltrão e Laranjeiras do Sul, no Paraná, além de operações em São Paulo e no Mato Grosso do Sul.
O MST declarou em nota que essas ações são uma tentativa de criminalizar a organização. “Lembramos que essa ação faz parte da continuidade do processo histórico de perseguição e violência que o MST vem sofrendo em vários estados e no Paraná”, diz o documento, divulgado na última sexta (4).
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