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Globo, Serra e Temer apesar do desespero já tentam se adaptar a realidade de Trump

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Em suma, apesar da campanha eleitoral radicalizada, Hillary e Trump são farinha do mesmo saco
Em suma, apesar da campanha eleitoral radicalizada, Hillary e Trump são farinha do mesmo saco - Divulgação
A Casa Branca vai se tornar ainda mais branca, como é a maioria dos eleitores

As Organizações Globo e o ministro golpista do Exterior, José Serra, ficaram desesperados com a vitória do chamado bode na sala, Donald Trump. Serra chegou a afirmar durante a campanha que uma vitória de Trump seria um “pesadelo”.

Tudo estava preparado na Rede Globo para consagrar Hillary Clinton, cujo marido, o ex-presidente Bill Clinton, amigão de Fernando Henrique Cardoso, contava com um titulo inédito na história dos Estados Unidos, o de “primeiro damo”.

O Presidente golpista, Michel Temer, que também contava com a vitória de Hillary, de forma protocolar congratulou-se com Trump e agora aguarda apenas demonstrar ao Presidente eleito dos Estados Unidos que da parte do governo brasileiro continuará o processo de desmonte do Estado e de entrega de mão beijada das riquezas do país, prioritariamente para os Estados Unidos. 

Temer e também as Organizações Globo vão fazer o possível e o impossível para usufruírem das benesses que o governo norte-americano oferece a quem lhe é subserviente.

A vitória não prevista de Trump nas pesquisas de alguma forma demonstrou que os Estados Unidos mudaram em relação aos anos 30. Naquela época, Al Capone acabou preso por não pagar imposto de renda. Já Donald Trump, que fez o mesmo que o mafioso, segundo foi demonstrado durante a campanha eleitoral, acabou sendo eleito Presidente.

Deixando de lado esta lembrança histórica, o mundo se pergunta o que vai mudar agora com o resultado. O Presidente do Equador, Rafael Correa, tinha afirmado várias semanas antes da eleição que uma vitória de Trump, o que ele lamentaria por se tratar de um racista de extrema direita, para a América Latina os fatos ficariam mais claros, ou seja, as ações do seu governo deixariam cristalino qual é a verdadeira face dos Estados Unidos.

Os analistas de sempre, principalmente os convocados pelos canais eletrônicos da Globo, tinham se preparado para saudar a vitória de Hillary e foram visivelmente surpreendidos com o resultado imprevisto. Logo, logo, parte dos que se atreveram a comentar disseram que entre os discursos de campanha e as ações no governo serão muito diferentes. Já começaram a preparar a adaptação.

O extremista de direita Donald Trump, que no frigir dos ovos, mesmo sendo aparentemente marginal do sistema, no fundo bem lá no fundo não é bem assim. Ele prometeu mundos e fundos para os seus compatriotas, que com o decorrer do tempo vão sentir na pele o que os sucessivos governos norte-americanos fizeram com os latino-americanos e os deixaram em situação precária, juntamente com governos locais subservientes, como foi, por exemplo, o então presidente Fernando Henrique Cardoso e agora, seguindo a trilha, o golpista Michel Temer.

Trump vai proteger os ricos em detrimento dos pobres, uma constante no capitalismo, o que é até óbvio, mas deve ser lembrado porque nos tempos atuais o óbvio não tem sido apresentado como tal.

A Casa Branca vai se tornar ainda mais branca, como é a maioria absoluta dos eleitores que caíram na trampa de Trump, o que na verdade não é tão diferente do que seria com Hillary, a candidata mais ajustada ao sistema. Mas pouco a pouco, com algumas nuances tudo se ajustará para o mercado, se é que alguém tem dúvidas a respeito.

Em matéria de política externa, se Trump realmente fizer o que prometeu vai melhorar as relações com a Rússia e se aproximar de Vladimir Putin, que já estendeu a mão nesse sentido.

Mas é preciso ver se isso acontecerá mesmo, porque tudo que vem de Trump deve ser encarado com certa reserva. Tudo que ele disse deve ser lembrado e cobrado por quem de direito, os próprios eleitores, que, como assinalou Hillary Clinton, saem do pleito mais divididos que se imaginava.

Ainda na área de política externa, Trump poderá seguir os conselhos de um outro extremista, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu e fazer com que os Estados Unidos revogue o acordo com o Irã.

Em matéria de política externa, Hillary Clinton possivelmente continuaria o que foi feito durante o período que ocupou o Departamento de Estado. Ela se empenhou no sentido de varrer países como a Líbia e em apoiar com toda a força os tais rebeldes terroristas sírios. Durante a campanha a candidata derrotada se indispôs com o governo russo, acusando-o de hackear seus e-mails, o que foi demonstrado por Julian Assange ser uma grande mentira.  

Em suma, apesar da campanha eleitoral radicalizada, Hillary e Trump são farinha do mesmo saco em matéria do que farão e fariam. Para a América Latina, democratas e republicanos são absolutamente a mesma coisa, como demonstra a história.

Com Trump, como já afirmou Rafael Correa, as coisas vão ficar ainda mais claras. O objetivo, que não esconde, é fazer com que o continente continue sendo quintal e pátio traseiro dos Estados Unidos. Qualquer oposição nesse sentido de governos independentes que não seguem a cartilha do império é respondida raivosamente com a colaboração dos meios de comunicação conservadores.

Resta agora aguardar o desenrolar dos acontecimentos e todo cuidado é pouco.  

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