Os laboratórios Bayer doaram US$ 433 mil através dos Comitês de Ação Política (CAP) para a campanha de Donald Trump. Da doação realizada pela Multinacional de Leverkusen para estas eleições, 80% foram direcionados para as campanhas de candidatos republicanos.
Antonius Michelmann, organizador da Coordenação contra os Riscos da Bayer (CBG) comenta que: “O triunfo de Trump é também um triunfo para a BAYER”. A Bayer pertence tradicionalmente ao grupo dos mais importantes doadores estrangeiros em campanhas eleitorais nos EUA, e com o atual volume de doações estabeleceu um novo recorde. A empresa aumentou sua doação em 65% em relação ao ano de 2012, onde tinha deixado "apenas" US$ 261 mil à disposição dos republicanos.
O interesse crescente destes ”Global players” em exercer influência sob a política dos EUA está relacionado intimamente com suas novas direções. Após a aquisição da Monsanto, a Bayer quer se tornar a maior empresa agroquímica do mundo, e abranger sozinha cerca de 90% do mercado mundial de sementes geneticamente modificadas.
Neste segmento, os EUA são, com ampla margem, o mercado mais importante: "Mais que 39,5% de todas as plantas transgênicas do mundo crescem lá. E através do acordo com a Monsanto, a multinacional alemã espera também incrementar o negócio dos agrotóxicos nos Estados Unidos. Com a aquisição do grupo de consumidores de medicamentos da gigante farmacêutica estadounidense Merck, o interesse do setor farmacêutico tem se deslocado claramente para o oeste. No momento, os Estados Unidos contam como um dos principais mercados do Xarelto - um diluente sangüíneo da BAYER -, que em 2015 gerou um volume de negócios de 2,25 bilhões de euros.
Ao lado da Bayer, a gigante produtora de agrotóxicos BASF aparece como outra grande investidora da campanha de Trump. Na atual campanha eleitoral, a empresa de Ludwigshafen investiu no total US$ 399 mil nos CAPs. Desse total, 72% para republicanos. Bayer e Basf aparecem como um exemplo do conjunto da economia alemã que apoiou majoritariamente a campanha de Trump, e que dispuseram em média dois terços dos fundos para sua campanha. Muitos analistas advertiram antes da eleição que uma vitória de Trump iria prejudicar a economia alemã, mais especificamente porque o republicano se posicionou como contrário ao Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP). "A Bayer & Co., no entanto, aparentam ver isso de outra forma", disse Jan Pehrke, membro do conselho da CBG.
Aparentemente as empresas não aprenderam nada com esta história, como acrescenta Anthony Michelmann. "As multinacionais alemãs já exerceram um papel importante em duas guerras mundiais, e contribuíram para o surgimento do Nazismo. A indústria química, em particular, se superou.
Hoje a Bayer e outras empresas alemãs são apoiadoras abertas de campanhas racistas e misóginas da direita populista para os cargos de maior poder no mundo. – "Que seja um aviso especialmente para a Alemanha!"
Tradução: Pedro Guzmán
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