As eleições para presidente e renovação de parlamentares no Haiti, que deveriam ter sido realizadas no último 9 de outubro, estão marcadas para o próximo domingo (20). Elas ocorrem sob o contexto de grave crise humanitária por conta do Furacão Matthew, que atingiu o Caribe e o sul dos Estados Unidos nas primeiras semanas de outubro, e deixou mais de 500 mortos no país caribenho que é o mais pobre das Américas.
O pleito, que contará com 27 candidatos, substitui a decisão das eleições realizadas em 25 de outubro de 2015, que foram anuladas devido à descoberta de fraudes. Desde então, o Haiti tem passado por uma série crise institucional também.
O primeiro ministro haitiano, Jean Charles Enex, falou que o governo está “quase pronto” para as eleições. Vários edifícios tiveram de ser reconstruídos após a passagem do furacão mas, segundo dados do governo, mais de 95% dos centros de votação no sul e sudeste do país estão quase prontos para receber os eleitores.
Nesta segunda-feira (14), a Policia Nacional de Haiti (PNH) e a Missão de Estabilização das Nações Unidas de Haiti (Minustah) assinaram um memorando sobre o plano de segurança durante a votação, do qual participarão as forças militares da Minustah e os mais de nove mil policiais haitianos.
O presidente interino, Jocelerme Privert, fez um chamado a todas as autoridades e instituições envolvidas no processo eleitoral para que a neutralidade, a imparcialidade e o profissionalismo sejam plenamente respeitados.
Histórico
O último presidente eleito, Michel Martelly, terminou seu mandato em 7 de fevereiro deste ano e foi substituído por Jocelerme Privert, senador que foi escolhido pelo parlamento para ser presidente interino por três meses. O país ficou tão dividido e com instituições tão frágeis que não conseguiu reorganizar as eleições nesse prazo.
O pleito então foi marcado para 9 de outubro, mas o Haiti foi destruído, poucos dias antes, pelo Furacão Matthew.
Edição: Camila Rodrigues da Silva
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