Palestina

Hoje na História | 29 de novembro de 1947 - ONU aprova partilha da Palestina

Decisão concedeu 52% do território palestino aos judeus

Brasil de Fato e Opera Mundi | São Paulo (SP) |

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Refugiados palestinos fazem fila para comida em acampamento em Amã, Jordânia, em 1955
Refugiados palestinos fazem fila para comida em acampamento em Amã, Jordânia, em 1955 - Reprodução

A despeito da forte oposição dos países árabes, a Assembleia Geral das Nações Unidas, sob a presidência do embaixador brasileiro Oswaldo Aranha, aprova em 29 de novembro de 1947 a partilha da Palestina em dois Estados, um judeu e outro árabe.

Trinta e três nações votam a favor, entre elas Estados Unidos, a extinta União Soviética e o Brasil. Treze (dez islâmicas, mais Cuba, Grécia e Índia) votam contra e dez se abstêm (entre elas, Inglaterra e Argentina).

Confira o programa Hoje na História, da Radioagência Brasil de Fato (para baixar o arquivo, clique na seta à esquerda do botão compartilhar):

Em nome do Alto Comitê Árabe, o caso palestino foi apresentado à Assembleia Geral da ONU pelo advogado e jurista palestino Henry Cattan.

"O povo árabe está profundamente preocupado em encontrar uma solução justa e duradoura para o problema que está diante de vocês, porque é seu próprio problema, o problema de sua vida presente e de seu destino".

Quando a Organização das Nações Unidas foi criada, em 1945, a Palestina era ocupada pela Inglaterra.

O domínio colonial britânico e a imigração judaica em massa promovida inicialmente por ele, e que visava criar um Lar Nacional para o Povo Judeu, levou à Revolta Árabe, de 1936 a 1939, quando mais de 4 mil palestinos foram assassinados.

Em 1939, o governo britânico publica um texto, conhecido como Livro Branco, propondo criar um só estado governado por judeus e árabes, além de limitar a imigração de judeus em até 75 mil nos cinco anos seguintes.

A proposta foi um fracasso: rejeitada por judeus sionistas, que a entenderam como uma traição da Inglaterra; e por dirigentes árabes, que consideraram que eram feitas muitas concessões aos judeus.

A partir de então, a proximidade dos judeus sionistas com o governo dos Estados Unidos se torna cada vez maior. Com a chegada de Harry Truman à presidência dos Estados Unidos, o governo norte-americano passou a apoiar medidas opostas ao Livro Branco britânico.

Nesse contexto, a Inglaterra decide, em fevereiro de 1947, levar a questão à ONU. As Nações Unidas decidem criar um comitê especial e, após dois meses de intensos debates, a Assembleia Geral aprova o plano de partilha, que prevê o fim do mandato britânico e a definição de fronteiras entre os dois Estados e Jerusalém.

Aos judeus, foi entregue mais da metade das terras da Palestina e as melhores delas, embora sua população fosse menor. Em 14 de maio de 1948, David Ben Gurion proclama a independência de Israel. No dia seguinte, tropas do Egito, Transjordânia, Síria, Líbano e Iraque entram em guerra com os judeus.

O dia ficou conhecido como Al Nakba pelos palestinos, que significa “catástrofe” em árabe.

Os judeus vencem a guerra, expulsam 750 mil palestinos de seus lares e tomam 23 % a mais do território determinado pela partilha.

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Hoje na História é uma produção da Radioagência Brasil de Fato e Opera Mundi

Locução e produção: Mauro Ramos

Dublagem: Rafael Tatemoto

Sonoplastia: Jorge Mayer

Edição: ---