Não fosse a tragédia - Atlético-PR
Por Roger Pereira
A coluna era para ser comemorativa. Para elogiar as duas últimas atuações do Atlético e vislumbrar a chance de voltar a sonhar em conquistar a América. Sonho que esteve bem próximo de virar realidade para nossos vizinhos da Chapecoense, que com um elenco humilde e um investimento infinitamente inferior ao dos “grandes”, aposta no trabalho sério, no planejamento e na identificação com sua cidade para alcançar resultados surpreendentes e empolgar um país inteiro.
Curitiba preparava uma grande festa para receber a Chape na decisão da Sulamericana, honrando a escolha de sua diretoria de, não podendo sediar a partida em seu estádio por conta das regras da competição, trazer o jogo mais importante de sua história até o momento para a capital paranaense. O dia 7 de dezembro ia ficar marcado para a história do amor ao futebol em nossa cidade, com atleticanos, coxas-brancas e paranistas deixando de lado a rivalidade para torcerem juntos pela façanha dos nossos vizinhos. A tragédia nos tirou essa chance, mas as manifestações de solidariedade que a sucederam nos dão esperanças em seguir sonhando com a união pelo esporte.
Que o exemplo da boa gestão, planejamento e do trabalho em equipe fique eternizado e que as famílias encontrem conforto ao lembrar das histórias deste grupo campeão.
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A dor não tem cor - Coritiba
Por Cesar Caldas
O Coritiba cedeu o estádio do Alto da Glória para que os alviverdes Chapecoense e Nacional de Medellín decidissem a Copa Sul-Americana em dezembro. Todo o mundo do futebol, contudo, foi tomado por imensa e pesarosa consternação pelo acidente aéreo que ceifou a vida de 71 pessoas na Colômbia, em 29 de novembro. Dentre as vítimas fatais, há três profissionais que já vestiram a camisa Coxa: o lateral Dener e os volantes Gil e Sérgio Manoel.
Ao co-irmão de Chapecó, que perdeu jogadores, membros da comissão técnica, dirigentes e funcionários, o clube expressou condolências que não se resumem a palavras, mas se traduzem em auxílio efetivo.
Com outros clubes de distintas cores, propôs ceder atletas e manter a Chape na Série A pelas próximas três temporadas, independentemente de resultados em campo. Nada é capaz de aplacar a dor desse momento, mas toda solidariedade é necessária.
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Adeus, Caio Júnior - Paraná
Por Manolo Ramires
2016 é um ano trágico em todos os sentidos. Para o Paraná Clube não foi diferente. Além de não conquistar o acesso à Série A, correu o risco de ir para C. E o ano inesquecível vai terminando com a perda de Caio Jr, na tragédia que vitimou quase todo o time da Chapecoense. Em nota oficial, o Paraná Clube destacou a passagem dele dentro de campo e os dois gols anotados no pentacampeonato de 1997. Caio Jr ainda foi responsável por conquistar a vaga para a Libertadores de 2007. Dessa vez como treinador.
Daqui para frente, ele será lembrado por momento único no futebol brasileiro e mundial e em nossa sociedade. A tragédia que o vitimou e mais 71 pessoas fez com que o Atlético Nacional (Colômbia) abrisse mão do título da sulamericana, que a final da Copa do Brasil fosse adiada, junto com a última rodada do Brasileirão. De pronto fez com que os times oferecessem atletas sem custos e ainda uma anistia de três anos sem rebaixamento ao time de Chapecó. Na tragédia, ainda venceu a solidariedade entre as torcidas. A morte de Caio concedeu “três pontos” a nossa humanidade neste campeonato em que o individualismo, o egoísmo e o clubismo têm vencido, infelizmente.
Edição: José Eduardo Bernardes
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