ORGANIZAÇÃO

“Educação e resistência” é o tema de conferência que reúne 2500 em Belo Horizonte

Além de profissionais da educação, estudantes e movimentos populares participam das atividades

Belo Horizonte |
As atividades acontecem na Serraria Souza Pinto, centro da capital
As atividades acontecem na Serraria Souza Pinto, centro da capital - Joana Tavares

Depois de três anos de ensaio, a fanfarra da Escola Estadual Orestes Diniz, de Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte, se apresentou na manhã desta quarta (30) para seu maior público: os 2.500 participantes da VIII Conferência Estadual de Educação, que acontece na capital mineira até o dia 2 de dezembro. Com o tema "Educação e Resistência": Por uma educação libertadora”, o homenageado é Paulo Freire. Uma das estudantes lembrou o educador durante a apresentação da fanfarra, emocionando os presentes na abertura da Conferência.

Luciana Pinto, professora de língua portuguesa, conta que se sentiu honrada em levar os alunos para se apresentar nesse momento. Para ela, a arte é fundamental para a resistência. “Resgatamos a fanfarra, mas não na perspectiva militar e sim na ideia de trabalhar os elementos da percussão de rua, de recuperar a autoestima dos alunos, de termos uma nova perspectiva de vida”, explica. E é esperança e força para a construção de um outro futuro que ela busca na Conferência. “Em tempos como este, de repressão e caça aos direitos sociais, precisamos juntar e fortalecer nossas energias para a luta”, resume.

Fábio Garrido, da direção estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), reforça que o objetivo da conferência é “pensar formas de resistência ao projeto neoliberal na educação, resgatando práticas de educação popular e estreitando a relação entre os trabalhadores da educação e os movimentos populares”.

Diversidade e unidade

A mesa de abertura expressava o objetivo apontado por Fábio. Movimentos populares como Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Levante Popular da Juventude e Marcha Mundial das Mulheres saudaram os educadores e reforçaram o papel da educação na luta por direitos. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) lembraram outros lutadores fundamentais para a história da luta por um mundo melhor, como o recém falecido dirigente cubano Fidel Castro.

A coordenadora geral do Sind-UTE-MG e presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira, reforçou a importância de realizar o encontro no atual momento político, em que se discutem projetos como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que congela investimentos em educação e outras áreas por 20 anos, e a Medida Provisória 746, que promove a desprofissionalização docente ao acabar com a exigência de formação e de concurso público. “A estrutura da categoria precisa ser colocada a serviço da discussão e mobilização de assuntos como esses”, diz Beatriz. Além de mesas de debate, com presenças confirmadas de Leonardo Boff e outras personalidades, estão previstas oficinas e um ato de rua, na sexta (2). Os participantes vêm de todas as regiões do estado.

As atividades acontecem na Serraria Souza Pinto e hotéis da região central da capital. Acompanhe a cobertura ao vivo pela página do Facebook do Brasil de Fato MG.

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