Os Panteras Negras Fred Hampton, de 21 anos, e Mark Clark, de 22, são mortos a tiros de revólver por 14 agentes da polícia enquanto dormiam em seu apartamento em Chicago, no estado norte-americano de Illinois, no dia 4 de dezembro de 1969.
Cerca de cem projéteis foram atirados, no episódio que a polícia descreveu como sendo uma "feroz batalha" e "violenta troca de tiros" com membros do Partido Panteras Negras.
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No entanto, essa versão foi desmentida após especialistas em balística determinarem que apenas um dos projéteis veio do lado dos Panteras.
Além disso, os "buracos de bala" na porta de entrada do apartamento, que a polícia apontou como evidência de que os Panteras atiraram de dentro da residência, eram, na realidade, buracos feitos pela própria polícia, na tentativa de dissimular o ataque. Na mesma investida, quatro outros Panteras Negras foram feridos.
Apesar das evidências do crime, nenhum dos processos movidos contra os policiais que participaram do ataque gerou a responsabilização ou prisão dos mesmos.
A batida policial, comandada pelo procurador do condado de Cook, Edward Hanrahan, foi apenas uma das muitas tentativas do governo estadunidense para debilitar o movimento Black Power.
Apesar de não ser responsável direto por essa investida, sob a liderança de J. Edgar Hoover, o FBI já vinha há muito tempo reprimindo os ativistas de direitos civis e líderes de outras minorias através do programa Cointelpro.
De acordo o FBI, o projeto tinha o objetivo de "expôr, desbaratar, desorientar, desacreditar ou de algum modo neutralizar as atividades de organizações ou grupos nacionalistas negros."
Fred Hampton era uma das lideranças em ascensão, um ativista carismático, presidente do Partido Panteras Negras no estado de Illinois. Ele se envolveu na luta pelos direitos civis desde a adolescência. Aos 15 anos, organizou uma seção da Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor em seu colégio. Ele era um dos focos da investida policial que o matou.
Embora grande parte da cobertura da mídia sobre os Panteras Negras focasse na sua retórica violenta e no fato de portarem armas, os membros do partido estavam envolvidos em muitas atividades não violentas de organização de comunidades e formação política.
Combatiam o racismo, providenciavam alimentos e cuidados de saúde aos necessitados, pregavam maior participação política, criavam escolas e lutavam contra a brutalidade policial.
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Hoje na História é uma produção da Radioagência Brasil de Fato em parceria com Opera Mundi
Locução: Mauro Ramos
Produção: Vivian Fernandes
Sonoplastia: Jorge Mayer
Edição: José Eduardo Bernardes
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