O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), planeja investir R$ 880 milhões a menos em educação no ano que vem. A Proposta de Lei Orçamentária Anual 2017 sugere um investimento total de R$ 7,6 bilhões na Secretaria de Educação – este ano, foram aplicados mais de R$ 8,48 bilhões, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato).
O documento também aponta para uma redução dos investimentos na área da cultura: R$ 10,7 milhões a menos do que o planejado para 2016. Na contramão da crise, os gastos com a estrutura do Poder Executivo são os que mais vão aumentar: para este ano, foram previstos R$ 35,9 bilhões; para o ano que vem, serão R$ 39,8 bilhões.
O argumento do governo para cortar gastos em algumas áreas de atuação do Estado é a instabilidade econômica que afeta o Paraná, conforme citado na exposição justificativa da página 24: “As projeções para 2017 recomendam cautela, especialmente em relação às medidas que impactem na folha de pagamento, inclusive quanto aos parâmetros estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Através do site da APP-Sindicato, o presidente da entidade, Hermes Silva Leão, criticou a redução dos investimentos em educação. “Como eles pretendem 'cortar gastos'? Fechando escolas, turmas e programas? Demitindo profissionais?”, questiona.
Os embates entre representantes da categoria e o governo Beto Richa provocaram, no ano passado, o chamado “massacre de 29 de abril”: professores e funcionários de escolas foram agredidos por protestarem contra a aprovação do PL 252, que previa mudanças previdenciárias e colocava em risco a aposentadoria dos docentes.
Os salários dos professores são os menores do quadro funcional do Paraná, e não há perspectiva de aumento real para o ano que vem.
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