O Brasil conquistou este ano sua melhor participação na história das Paralimpíadas. Além das 72 medalhas nos Jogos Rio 2016, o esporte paralímpico viveu dias de glória graças à intensa cobertura da mídia durante os dez dias de competição. Foram dois milhões de ingressos vendidos, com recorde de audiência televisiva e renda de R$ 410 milhões.
O sucesso de público e de rendimento dos atletas, porém, não resultou em investimentos permanentes aos esportes adaptados. Em Curitiba, a dificuldade de captação de verba para a equipe de rugby em cadeira de rodas evidencia um problema que se repete em vários centros de treinamento do país: “A mídia não deu continuidade à divulgação. Ficou restrita ao período dos Jogos”, analisa Carlos Kamarowski Junior, vice-presidente da Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC).
“A mídia não deu continuidade à divulgação. Ficou restrita ao período dos Jogos”, diz Carlos Kamarowski Junior, coordenador do projeto Gladiadores Curitiba Quad Rugby.
Kamarowski coordena o projeto Gladiadores Curitiba Quad Rugby, vinculado à Saúde Esporte Sociedade Esportiva, que investe na modalidade desde 2010. O projeto responde por um terço dos atletas do elenco da seleção brasileira, mas pela primeira vez em quatro anos não conseguiu captar recursos através da Lei Federal de Incentivo ao Esporte. “Conseguimos captar nos três anos anteriores. Agora, estamos prestes a fechar o ano fiscal e não temos perspectiva de captação para 2017”, lamenta o coordenador.
Sem verba para melhorar a estrutura dos centros de treinamento, os projetos dependem cada vez mais do apoio da Prefeitura, através da Lei Municipal, e do esforço individual de atletas e gestores. Preocupado com o orçamento de 2017, Kamarowski tenta se manter motivado com os desafios que a equipe tem pela frente. “Captando ou não o recurso, será um trabalho forte no ano que vem, visando ao Parapan de Lima em 2019 e os Jogos [Paralímpicos] de 2020”, promete.
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