O objetivo deste comportamento é desestabilizar a Síria e atacar Rússia e Irã
A cobertura dos últimos acontecimentos em Aleppo pela mídia comercial do Ocidente, nela incluídos, claro, jornalões e telejornalções brasileiros, revelam total manipulação da informação. Repetem o esquema das manipualções sobre o noticiário nacional.
Os terroristas de Aleppo, expulsos da região pelo Exército regular sírio com a ajuda de forças russas, são chamados pelos meios de comunicação ocidentais de “rebeldes”.
Matéria no site Sputnik, assinada por Mikhail Alaeddyn, destaca fatos importantes que revelam a forma pouco jornalística com que fatos são divulgados, como se fossem verdades absolutas, mas não passam de mentiras ou meias verdades com o objetivo de demonizar quem não apoia os terroristas chamados de rebeldes.
Por aqui no Brasil, a mídia comercial conservadora simplesmente reproduz o que é divulgado de forma manipulada e tem por objetivo criminalizar o presidente Vladimir Putin. Na verdade, isso tem acontecido desde o início dos dramáticos acontecimentos no país que se encontra na alça de mira dos Estados Unidos pelo menos desde 2005. Aliás, até antes na gestão de Haafez Assad, quando o então dirigente sírio não se submetia às pressões norte-americanas e de tabela de Israel.
Mas voltando a Aleppo, após a libertação da cidade que estava ocupada por terroristas considerados “rebeldes moderados inocentes” pelas mídias ocidentais, o noticiário resumiu-se a apresentar as forças vitoriosas como autores de massacres ou coisas do gênero, não faltando graves acusações contra Assad e Putin, acusações que não resistem a uma análise mais apurada.
A questão que não pode deixar de ser levada em conta, como revela Sputnik, é que o noticiário não segue os acontecimentos de guerra no local, mas os comentaristas e repórteres apenas estão sentados frente a seus computadores e dispositivos, atacando no twitter e copiando notícias de Al-Jazeera ou publicando artigos sem citar fontes autênticas.
O jornalista italiano Sebastiano Caputo, que chegou recentemente da Síria onde trabalhou como repórter e é coautor do livro "Às portas de Damasco" ("Alle porte di Damasco"), revela que 'reportagens de Aleppo' “são escritas por pessoas sentadas em Londres".
Na verdade, prossegue Caputo, “a informação é manipulada todo o tempo: os jornalistas ocidentais, em vez de se dirigirem ao local dos acontecimentos, copiam notícias de canais de TV Al-Arabiya e Al-Jazeera que são controlados respectivamente por Arábia Saudita e Catar, que têm as mãos manchadas de sangue já por mais de cinco anos e que não têm nenhum interesse em oferecer informação objetiva".
Ainda segundo o jornalista italiano, o objetivo deste comportamento é desestabilizar a Síria e atacar o Irã e a Rússia, porque os dois países acima mencionados (Qatar e Arábia Saudita) são aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio. "A cobertura da libertação de Aleppo atingiu seu auge em número de mentiras, embora não devamos esquecer que todas as notícias sobre o tema estão sendo falsificados já por cinco anos".
São utilizadas pelos jornalistas, acrescenta Caputo, “fontes anônimas, contas de twitter indistintas, e o site Republica até citou a mensagem de um terrorista famoso no Oriente Médio por ser um dos membros da Al-Qaeda”.
Para Caputo, "a mídia ocidental é hipócrita, eles mostram as pessoas comuns como se elas só morressem por culpa de uma parte do conflito. Isso não me surpreende, porque a Europa e o Ocidente nasceram com base em uma grande hipocrisia – falamos da libertação da Europa do nazismo pela América [do Norte]. Os EUA nos libertaram do nazismo lançando bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, bombardeando Dresden, Milão e Roma quando a guerra já tinha acabado. Não lhes cabe discursar sobre civis inocentes mortos sem motivo."
Revela ainda Caputo, o que é reproduzido por Sputnik, que “a luta ocidental contra terrorismo é falsa”. Para ele, só três exércitos (sírio, iraniano e russo) combatem os terroristas. "Na verdade todo o mundo sabe que os militantes sírios são grupos radicais e mercenários. Os militantes não querem ser filmados em vídeo, durante a evacuação, porque eles não se parecem com sírios. Entre eles há georgianos, chechenos, afegãos e paquistaneses".
A reprodução de parte da matéria é importante no sentido dos leitores conhecerem argumentos que são omitidos pela mídia comercial do Ocidente, que prefere também reproduzir quase diariamente informações divulgadas por um pretenso Observatório de Direitos Humanos, com sede em Londres e manejado por uma pessoa de nacionalidade síria que lá reside há anos.
Por aqui, os jornalões e telejornalões repetem as informações divulgadas sem que seus correspondentes, seja nos Estados Unidos ou na Europa, se disponham a checar. E assim tudo se transforma em uma única verdade.
Tal método, diga-se de passagem, é reproduzido com outras informações de caráter internacional ou mesmo nacional. Neste momento de grave crise que passa o Brasil, as informações repetidas constantemente pelas mídias comerciais conservadoras são apresentadas como verdades absolutas, sem nenhum tipo de questionamento ou apresentação de outras versões. É o surrado esquema conservador de fazer cabeças ao iludir incautos para que projetos atentatórios à maioria da população brasileira se tornem vitoriosos.
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