O clima na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, região metropolitana de Natal, segue tenso. Um dia após o motim que vitimou 26 detentos, resultado de um conflito entre facções rivais, na manhã desta segunda-feira (16) e poucas horas depois de parte dos policiais deixarem o local, um grupo de detentos podiam ser vistos nos telhados da unidade.
Portando paus, pedras, barras de ferro e bandeiras improvisadas em lençóis, os detentos gritam palavras de ordem como “a vitória é nossa”. A rebelião foi iniciada no sábado (14) e contida na manhã de domingo (15), dia em que as declarações oficiais foram dadas em coletiva de imprensa durante à noite.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte afirma não se tratar de uma nova rebelião, mas admite ter reenviado integrantes do Batalhão de Operações Especiais e do Grupo de Operações Especiais da Polícia Militar ao local. Membros da Força Nacional de Segurança continuaram do lado de fora da penitenciária, em apoio às forças estaduais.
Motim
O motim foi iniciado por volta das 17h (18h no horário de Brasília) após detentos do pavilhão cinco da unidade escaparem e invadirem o pavilhão quatro, com o objetivo de matar presos rivais. Os pavilhões um, dois e três não apresentaram ocorrências.
Durante a coletiva, Walber Virgolino da Silva Ferreira, secretário estadual da Justiça e Cidadania, qualificou o cenário pós-rebelião como “barbárie”. Dois corpos foram carbonizados, um estava semicarbonizado. Os outros 23 corpos foram decapitados. Um detento fugiu durante o conflito, mas, segundo as autoridades, foi encontrado rapidamente.
Unidade
Alacaçuz é o maior presídio do Rio Grande do Norte. No momento, encontra-se superlotada. Com capacidade para 620 pessoas, hoje conta com quase o dobro: 1.200.
Os detentos da unidade se dividem em duas facções rivais: Sindicato do Crime do RN e Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo trabalhadores da penitenciária, os integrantes do primeiro estão nos pavilhões um, dois, três e quatro, enquanto o pavilhão cinco é composto por membros do último.
Edição: José Eduardo Bernardes
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