Com uso de bombas e gás lacrimogêneo, a Polícia Militar dispersou dependentes químicos que estavam na região da Cracolândia, centro de São Paulo, na noite desta terça-feira (17). Oito pessoas foram detidas e encaminhadas para o 2º Distrito Policial, no Bom Retiro.
De acordo com a justificativa da PM, a ação foi motivada pelo fato de alguns dependentes químicos terem atirado pedras contra uma base da corporação na região do largo Coração de Jesus, onde se localiza a concentração de usuários na Cracolândia, o chamado "fluxo".
Com a chegada de reforço policial, agentes começaram a ser agredidos, o que obrigou a PM a realizar uma ação de "contenção" por parte da polícia. A ação envolveu o uso de bombas de efeito moral, tiros de bala de borracha e gás lacrimogêneo. A Tropa de Choque também foi ao local.
Política de Doria
Temendo que ações policiais sejam realizadas em breve, ativistas e usuários fizeram um churrasco na região da Cracolândia no último dia 8 de janeiro, o "Churrasco na Craco". O evento também questionava a falta de posição explícita da nova gestão da Prefeitura sobre a política que será implementada na região.
Em dezembro, o recém eleito prefeito João Doria (PSDB) manifestou a intenção de ampliar a presença policial na Cracolândia. Sua equipe, inclusive, estuda pagar agentes da Polícia Civil, subordinada ao governo do Estado, para que usem seus dias de folga para trabalhar no combate ao tráfico de drogas na região.
A secretária municipal de Assistência Social da gestão Doria, Soninha Francine (PPS), disse que haverá mudanças no programa De Braços Abertos, realizado na Cracolândia durante a gestão de Fernando Haddad (PT).
Iniciado em 2014, o programa foca em uma abordagem de redução de danos e contou com bons resultados. Segundo a pesquisa realizada pela Plataforma Brasileira de Política de Drogas, mais de 65% dos beneficiários do De Braços Abertos afirmam ter reduzido o consumo de crack.
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