A fase pública de diálogos para a paz entre o governo colombiano de Juan Manuel Santos e o Exército de Liberação Nacional (ELN) foi anunciada nesta quarta-feira (18). A data prevista de início é o próximo 8 de fevereiro, como foi declarado pelo presidente da Colômbia desde Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial.
As mesas de diálogo ocorrerão em Quito, no Equador, local em que estão reunidas as delegações de ambas as partes desde a semana passada.
Iniciativas da sociedade civil, como a Paz Completa, receberam com alegria a notícia. Para o membro deste grupo, Diego Pinto, “há muito tempo a sociedade espera este anúncio, já que este processo põe no centro a participação social”.
Diego apontou também que este é um fato muito importante, conquistado após os adiamentos de instalação da fase pública que o governo provocou pelas “imposições do último momento, como a liberação de sequestrados ou retidos”.
Por sua vez, a Mesa Social para a Paz reiterou seu apoio à Mesa de Quito e se colocou à disposição para impulsionar a participação da sociedade nesse processo. Da mesma forma, chamaram a proteger a realização dos diálogos para superar qualquer pressão para seguir dilatando seu início.
Para Luis Eduardo Celis, acadêmico e ativista que tem sido o mediador em processos anteriores de diálogo com o ELN, “este processo de paz é muito importante para poder encerrar o conflito armado de mais de meio século, e iniciar uma etapa de transformações e garantir uma competição política sem violência e em equidade”.
Segundo Celis, ambas as partes têm insistido neste caminho que, para chegar a um bom porto, deve implicar uma mesa “aberta e com ampla participação social e cidadã, o que nos permitirá construir um acordo aceito pelas duas partes, tarefa nada fácil, mas possível”.
Sobre a metodologia para o início da fase pública, Celis assegurou que, apesar de ter que esperar o pronunciamento conjunto do governo e do ELN, o acordado em Caracas no último dia 10 de outubro é que “iniciavam por um ponto de participação e e em temas humanitários”.
Já para o acadêmico Victor De Currea, “o mais importante deste anúncio é que a vontade das partes se concretiza em fatos. Como parte da sociedade, a Academia vem exigindo este início, muito importante encontrar caminhos para resolver as diferenças”.
De Currea ainda assegurou que a particularidade deste processo é, sem dúvida, “o peso que o ELN dá à participação da sociedade. Neste caso, abre o processo não só às duas partes, e não aponta só o fim do conflito armado, mas também a construção da paz, que vai além da implementação dos acordos”.
*Tradução: Vivian Fernandes
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