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Coluna

A barbárie, a civilização e o bom combate

Não podemos nos omitir de posicionar diante da realidade perversa, que nos assola

20.jan.2017 às 18h37
Updated On 01.fev.2020 às 18h37
Belo Horizonte
Makota Célia Gonçalves Souza
A intolerância é, na verdade, um véu que esconde a ignorância dos que não sabem

A intolerância é, na verdade, um véu que esconde a ignorância dos que não sabem - A intolerância é, na verdade, um véu que esconde a ignorância dos que não sabem

O que motivou a criação do dia 21 de janeiro como o dia de Dia de Luta Contra a Intolerância Religiosa foram as consequências da barbárie, da prepotência, do ódio e da inveja dos que não conseguem compreender que nenhuma verdade é absoluta.

Em 1999, a Folha Universal publicou uma manchete com a foto da Ialorixá Gildásia dos Santos e Santos, a mãe Gilda, fundadora do Ilê Axé Abassá de Ogum, Terreiro de Candomblé localizado nas imediações da Lagoa do Abaeté, bairro de Itapuã, Salvador (BA). A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), de forma agressiva, publicou a foto com o título de “Macumbeiros Charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. A matéria dizia que crescia no país um “mercado de enganação”. O sofrimento provocado em Mãe Gilda foi de uma profunda extensão e ela, já idosa e debilitada, não suportou a dor de ver sua imagem, sua trajetória e fé expostas de forma tão preconceituosas e veio a falecer em 21 de janeiro de 2000.

Hoje, 16 anos após sua morte, nosso país continua a ecoar atos e fatos de um crescendo de intolerância, de preconceito e de discriminação. O reconhecimento em primeira instância por parte da Justiça da legitimidade da ação movida contra a IURD pela família de mãe Gilda, numa ação de indenização por danos morais e uso indevido de imagem, significa uma vitória, mas não abranda a dor da saudade e do sentimento de impotência que sentimos. Ainda sentimos o quão covarde é a prepotência dos que se sentem no direito de se imaginar melhores e mais sagrados daqueles que pensam diferente.

Donos da verdade

E o pior, a lição não é apreendida. A verdade absoluta continua a flutuar na mente de muitos como sendo propriedade privada e privilégios de poucos. Nosso país, nos últimos anos, vive esta nefasta experiência dos que se sentem senhores absolutos desse “direito à sua verdade”. O ódio continua a alimentar a sana dos que se pensam senhores absolutos dos direitos à vida, a terra, a religião e ao feijão. Mãe Gilda é mais uma prova viva desse ódio, desse desejo de eliminar os que são diferentes. E por isso, lutamos. Lutamos pelo direito a ser quem somos, a pensar como pensamos, a viver e a rezar como vivemos e rezamos.

A intolerância – aliás, não gosto muito desta palavra, pois ela me remete à ideia de tolerância e não de respeito – é na verdade um véu que esconde a ignorância dos que não sabem, não conhecem e, portanto, não respeitam o que lhes é diferente. É assim que nos encontramos, na atualidade, à beira do caos, da barbárie. Algumas pessoas, quando olham à sua frente e o que vêm não é um espelho que reflita o que desejam, logo dizem “não presta”. Esquecem os “inocentes” que o espelho, digamos, é bastante plural quando se trata de Brasil. Ele jamais refletirá uma imagem única, uma verdade absoluta, pois seus reflexos trarão para nossa realidade uma grande e variada colcha de retalhos. Com inúmeras cores e formatos, com cortes retos e outros nem tanto, mas que, quando costurados com generosidade e solidariedade, nos apresentará múltiplos olhares para uma única realidade, a de um país construído na diversidade.

Nunca o silêncio dos covardes

O dia 21 de janeiro se apresenta assim, não só como um dia de saudade, de lembranças de uma mulher que lutou para ser quem era e que, por isso, encontrou a morte na subjetividade da ignorância, mas, também como um dia para refletirmos que país queremos. Um país silenciado na omissão dos bons, ou um país irrequieto, ativo, lutador, onde o silêncio, quando for necessário, será também um instrumento de luta, mas nunca o silêncio dos covardes, que se calam com medo de apontar o dedo para si mesmos.

Precisamos fazer de datas como esta um motivo para nos rebelarmos contra o senso coletivo de que está tudo bem, não foi na minha porta, não foi minha foto, aliás eu nem a conheci, como também não conheço os milhões de negros, de homossexuais, de putas e pobres assassinados todos anos vítimas do racismo, do preconceito, da intolerância, do machismo. Não podemos nos omitir de posicionar diante da realidade perversa, que nos assola. A barbárie, quando instalada, dificilmente é controlada. A ação tem que ser preventiva, a denúncia se faz urgente e a resistência a este estado de coisas é um imperativo para não perdermos o que temos de mais sagrado: nossa humanidade e nosso senso de justiça.

Façamos hoje com nossas próprias mãos, pensamento, cabeça e racionalidade nosso papel de transformar o mundo, gritando, cantando, dançando, mas fazendo algo. Acredito que todo mundo pode mudar o mundo. Por isso, permitamos nossos sonhos.

Feliz dia 21 de janeiro, para todos nós. Afinal nós nunca esquecemos, pois quem esquece, não tem memória e quem não tem memória, não tem cultura!

*Makota Célia Gonçalves Souza é jornalista, Empreendedora Social da Rede Ashoka e Coordenadora Nacional do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (CENARAB).

Editado por: Redação
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