Os motivos que determinaram a queda do avião que matou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki serão investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF) em Angra dos Reis. O acidente ocorreu na tarde da última quinta-feira (19), em Paraty, litoral sul do Rio de Janeiro.
A procuradora da República Cristina Nascimento de Melo, que foi responsável pela abertura do inquérito no MPF, e uma equipe de policiais federais especializados nesse tipo de investigação, se deslocaram para a região, para tocar as investigações.
Nesta sexta-feira (20), o Corpo de Bombeiros confirmou o resgate dos cinco corpos que estavam no avião. Além do ministro, foram identificados os corpos do empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras; do piloto do avião, Osmar Rodrigues; da massoterapeuta de Filgueiras, Maira Lidiane Panas Helatczuk; e de Maria Ilda Panas, mãe de Maira.
Velório
Ao contrário do que era especulado, o velório do ministro será em Porto Alegre (RS), onde mora a família dele, e não no Salão Branco do STF, como é tradicional na Corte. Segundo a presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, a família de Teori solicitou que o velório fosse realizado na capital gaúcha. A data ainda não foi definida.
Lava Jato
A ministra afirmou que ainda não estudou como ficará o andamento dos processos da Operação Lava Jato. Teori Zavascki era o ministro relator destas investigações na Corte. “Não estudei nada por enquanto. A minha dor é humana, como eu tenho certeza é a dor de todo brasileiro por perder um juiz como esse", disse.
Segundo o artigo 38 do regimento interno do STF, os processos sob a jurisdição de Teori deverão ser herdados pelo juiz que ocupar a vaga. Isso já ocorreu em um momento anterior, quando em 2009, após a morte do ministro Carlos Alberto Menezes Direito, o ministro que o sucedeu, Dias Toffolli, herdou cerca de 11 mil processos.
No entanto, Cármen Lúcia pode optar pela redistribuição dos processos que estavam sob a relatoria de Teori. Assessores jurídicos do STF levantaram também a hipótese de que o plenário do Supremo pode se reunir para modificar o regimento e adequá-lo à situação.
Sucessão
O presidente não eleito Michel Temer já iniciou as articulações para um substituto à vaga do ministro Teori Zavascki no STF, conforme noticiou a Folha de S. Paulo. Na manhã desta sexta (20), o peemedebista se reuniu com ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e a ministra da Advocacia Geral da União (AGU), Gracie Mendonça, ambos cotados para o STF. Os encontros foram realizados separadamente.
Outro nome cotado para o STF é o do ex-procurador do Ministério Público de São Paulo Luiz Antonio Marrey.
Além disso, ainda de acordo com o jornal, também nesta sexta (20), Temer debateu o tema com a ex-ministra do STF Ellen Gracie, que é amiga pessoal do político.
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Edição: Vivian Fernandes
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