Na noite desta sexta-feira (27), cerca de 130 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) se reúnem em São Paulo (SP) para o lançamento nacional do 8° Encontro Nacional do movimento. O evento ocorrerá entre 1° e 5 de outubro, no Rio de Janeiro (RJ).
Para a preparação e articulação das atividades, atingidos de 19 estados se encontraram em uma plenária com militantes e ativistas de outras 80 entidades e centrais sindicais, como a Central única dos Trabalhadores (CUT), a Consulta Popular e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Sob o lema "Água e energia com soberania, distribuição da riqueza e controle popular", o movimento estima um público 5 mil pessoas, oriundas de todos os estados em que o MAB atua. Além disso, convidados e delegações de outros países também serão convidados para o encontro.
O cidade carioca foi escolhida por alocar as principais empresas do setor de energia, principalmente a Petrobras e Eletrobrás.
Atividades
A partir do lançamento em São Paulo, o movimento deve articular debates e outras atividades até outubro, explicou Rogério Paulo, coordenador nacional do MAB. Ele afirma que o encontro nacional será "momento de intensa troca de experiência" entre as organizações.
Segundo o dirigente, o encontro terá três eixos centrais: ampliar a articulação com outras organizações nacionais e internacionais, discutir o socialismo como alternativa ao sistema capitalista e denunciar as violações de direitos humanos dos atingidos por barragens.
"As populações afetadas são vítimas desse modelo e a sociedade toda como vítima em função das tarifas de energia que são cobradas pela energia elétrica", declarou.
O evento também vai debater o legado da Revolução Russa, que completa 100 anos em 2017. "Neste período da história da esquerda brasileira, queremos entender o que esse processo nos permite aprender para o presente e o futuro”, disse.
Maria Gonçalves, dirigente do MAB no Piauí, veio à São Paulo para participar do lançamento. Ela atua na Bacia do Parnaíba, entre os estados do Piauí e o Maranhão. A região é ameaçada pela construção de cinco barragens. Lá, o movimento faz trabalho preventivo e de formação com as famílias camponesas, ribeirinhas e quilombolas.
Segundo ela, espaços como este permitem a reflexão sobre o trabalho do movimento em todas as regiões. “É importante avaliar nosso processo de formação e também planejar o plano de luta e refletir sobre o momento que estamos vivenciando. É um momento político, místico”, disse.
Edição: Camila Rodrigues da Silva
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