Golpista Temer sempre protege políticos mais chegados a ele
Moreira Franco, um político que já governou o Estado do Rio e prometeu que acabaria a violência em seis meses e deixou o cargo sob suspeição, já teve de devolver grana por decisão da Justiça, agora é uma das figuras mais próximas do usurpador Michel Temer. A violência até aumentou em seu governo.
Depois de ter se filiado ao partido da ditadura para concorrer ao governo do Estado do Rio e perder para Leonel Brizola, em 1982, o político conhecido como gato angorá bandeou-se para o PMDB e passou a fazer oposição raivosa contra o político trabalhista. Acabou eleito governador, em 1986, aproveitando a onda do Plano Cruzado, mas seu governo foi um desastre, tendo por vingança a Brizola e Darcy Ribeiro acabado com o projeto revolucionário dos CIEPs.
Mas continuou na política até chegar como golpista ao governo de Michel Temer. Citado em delações premiadas da Lava Jato, Moreira acabou de ser agraciado como Ministro do governo usurpador e com isso ganhou respaldo de um fórum privilegiado, qual seja o Supremo Tribunal Federal (STF), caso seja eventualmente julgado.
Moreira Franco foi citado em delação premiada pelo ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho, que garante ter o referido recebido da empreiteira três milhões de reais em propina, e não de doação eleitoral, para que cancelasse uma obra em 2014, quando era ministro da Secretaria de Aviação Civil do governo de Dilma Rousseff.
Como fazem todos os acusados, Moreira Franco negou prática de irregularidades, mas agora só responderá as acusações no fórum privilegiado por ter voltado a ser ministro. Como tem costas quentes, Moreira Franco foi defendido por outro citado em delações premiadas, o Ministro Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Este senhor acusado de uma série de falcatruas, em entrevista a uma rádio das Organizações Globo justificou a ascensão do gato angorá como tendo por objetivo oferecer a ele, que comanda o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), um trânsito melhor no exterior nas iniciativas do governo de buscar recursos para o País. Padilha argumentou que o governo precisava de alguém que se apresentasse como ministro de Estado para essas visitas.
Trocando em miúdos, o governo golpista aproveitou o embalo para matar dois coelhos em uma só cajadada, ou seja, proteger Moreira Franco no caso de ser julgado e lhe oferece maior status para a entrega das riquezas do país para grupos estrangeiros. Mais uma vez enganando, o governo golpista encontra outra justificativa para esconder o real objetivo conduzido por Moreira Franco, o de entregar as riquezas do país, de mão beijada.
E o próprio golpista usurpador Michel Temer ainda jogou uma cascata afirmando na posse do gato angorá que a iniciativa de nomeá-lo como ministro da Secretaria Geral da Presidência, foi “apenas uma formalização”, já que para o referido ilegítimo, Moreira Franco atuava na prática como ministro na condição de secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Assim caminha este governo que ocupa a Presidência do Brasil com mentiras e justificativas absolutamente furadas para justificar qualquer coisa que estão levando o Brasil para um retrocesso generalizado. Temer também mente ao justiçar outras ações, desde a (pseudo) reforma da Previdência até a trabalhista, que objetivam respectivamente fazer o jogo de grupos privados do setor e do empresariado que apoiou com afinco o golpe parlamentar que culminou com a nomeação do cascateiro Michel Temer como Presidente da Republica.
Tais fatos remetem à discussão sobre o comportamento da mídia comercial conservadora em relação à nomeação do gato angorá. Vale acompanhar os desdobramentos (as suítes) sobre a nomeação de Moreira Franco e o que aconteceu no final do governo Dilma Rousseff quando foi indicado Ministro o ex-Presidente Lula da Silva, citado na Lava Jato. Foi uma grita intensa na mídia comercial conservadora. Mas com Moreira Franco o que já está acontecendo? Encontram justificativas tiradas do bolso do colete, mas que só enganam os incautos.
* Mário Augusto Jakobskindi é jornalista, integra o Conselho Editorial do Brasil de Fato-RJ, escritor, autor, entre outros livros de Parla - As entrevistas que ainda não foram feitas; Cuba, apesar do Bloqueio; Líbia - Barrados na Fronteira e Iugoslávia - Laboratório de uma nova ordem mundial.
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