O corpo da ex-primeira-dama Maria Letícia Lula da Silva está sendo velado na manhã deste sábado (4) na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Uma fila de pessoas que querem prestar as últimas homenagens à Marisa e solidariedade ao ex-presidente Lula tomou conta do quarteirão.
O velório segue até as 15h, quando o corpo da ex-primeira-dama será levado para o crematório do cemitério Jardim da Colina em cerimônia particular.
Marisa morreu nessa sexta-feira (3) após ficar dez dias internada no Hospital Sírio-Libanês em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Homenagens
O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, destacou o papel de Marisa como militante. "É sempre bom lembrar que ela costurou em casa a primeira bandeira do PT, com um tecido vermelho da Itália que tinha em casa. Mas, mais que isso, ela participava das atividades de greve, das passeatas das mulheres. Além disso, uma conselheira permanente do presidente Lula", declarou.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) lembrou as perseguições que dona Marisa, como é carinhosamente chamada, enfrentou no último período. "Eu estou engasgado. O que essa família sofreu foi uma perseguição infame. O Jornal Nacional durante 14 horas nos últimos 8 meses, falando de pedalinho, divulgação de conversa privada, foi uma pressão imensa em cima dela. Pra mim, não é um exagero quando dizem que mataram dona Marisa. Pra mim, mataram dona Marisa. Era uma tensão uma tentativa de massacre dela e da família, dos filhos. Não foi humano o que foi feito", criticou.
Trajetória
Filha de Antônio João Casa e Regina Rocco, Marisa nasceu em uma família de imigrantes italianos. Conheceu Lula em 1973, quando sua família já residia em São Bernardo do Campo.
Ela começou na vida política militando no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde Lula foi eleito presidente em 1975, um ano após se casaram. Ela foi responsável por costurar e cortar a primeira bandeira do PT, feita à mão em casa.
Em 1980, quando Lula e diversos sindicalistas estavam presos nas grandes greves do período, ela liderou uma passeata de mulheres em protesto contra a criminalização dos sindicalistas. Mesmo com Lula preso na época, as reuniões eram realizadas ilegalmente em sua casa.
Em 1º de janeiro de 2003, Marisa Letícia tornou-se primeira-dama e foi considerada discreta no posto. Dona Marisa é mãe de quatro filhos — Marcos Cláudio, do primeiro casamento, e Fábio Luís, Sandro Luís e Luís Cláudio, com Lula — e avó de dois netos.
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