A reintegração de posse do terreno do antigo Clube Aristocrata, no Jardim Lucélia, extremo sul da cidade de São Paulo (SP), foi suspensa. O despejo estava marcado para a próxima quinta-feira (9). A suspensão ocorreu após as 250 famílias que ocupam a área, no distrito do Grajaú, entrarem em acordo com a Secretaria Municipal Habitação (SEHAB) na terça-feira (7).
Com a presença de Fernando Chucre, secretário da Habitação, os moradores da ocupação e representantes da Prefeitura de São Paulo decidiram, em reunião, a prefeitura vai negociar com os moradores alternativas para as famílias nos próximos 60 dias.
Em contrapartida, a comunidade prepara um documento listando as necessidades do bairro, que deve ser encaminhado à administração municipal.
O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e advogada do Centro Gaspar Garcia, Juliana Avanci, também estiveram presentes.
Mesmo com a nova liminar, os moradores da região relataram a quarta-feira a presença de policiais militares na ocupação nesta quarta-feira (8). Segundo relatos, os oficiais afirmaram às famílias que "não haverá conversa na quinta-feira" e que os moradores "devem sair de casa o quanto antes para não perderem seus pertences". Por isso, os ocupantes devem fazer uma vigília na manhã desta quinta-feira no local.
Histórico
Com 23 mil metros quadrados, a ocupação “Povo Unido Para Vencer” fica na área do Clube Aristocrata. Em 2008, após o clube deixar de pagar impostos, o terreno foi desapropriado pela Prefeitura de São Paulo para a construção de um parque linear. A estrutura do antigo clube foi derrubada e a piscina aterrada, mas a obra não saiu do papel. Em julho de 2013, o terreno foi ocupado por 250 famílias.
* Com informações do Periferia em Movimento
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