O Parlamento da Romênia aprovou por unanimidade nesta segunda-feira (13) a realização de um referendo sobre a luta contra a corrupção, uma iniciativa do presidente do país, Klaus Iohannis, após os maiores protestos populares desde a queda do comunismo por causa de um decreto que anistiava certos crimes de corrupção.
Após o sinal verde unânime da Câmara, com o voto a favor de todos os 310 parlamentares, o chefe de Estado deverá propor uma data e a pergunta exata do referendo.
O liberal conservador Iohannis disse que convocaria uma consulta após o anúncio de um decreto do governo do primeiro-ministro, o social-democrata Sorin Grindeanu, que despenalizava certos casos de corrupção e que gerou uma onda de protestos que já dura 14 dias consecutivos.
Na noite do domingo (12), mais de 50 mil pessoas saíram às ruas em várias cidades do país, para demonstrar sua insatisfação com o governo.
Os protestos fizeram com que o Executivo, que está no poder apenas desde o fim de dezembro, retirasse o decreto, que estabelecia uma punição administrativa pelos casos de abuso de poder inferiores a 44 mil euros (145 mil reais).
Entre os beneficiados se encontravam o líder do Partido Social-Democrata (PSD), Liviu Dragnea, que é acusado de abuso de poder pelo valor de 24 mil euros.
A Romênia se tornou membro da União Europeia em 2007, e desde então Bruxelas tem exigido que Bucareste aja para conter a corrupção e o crime organizado. A Procuradoria Anticorrupção indiciou desde 2010 mais de três mil políticos e funcionários públicos, entre eles vários ministros e inclusive um ex-primeiro-ministro, o social-democrata Adrian Nastas.
*Com Agência Efe.
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