Na manhã desta terça-feira (14), trabalhadoras e trabalhadores de diversas unidades da Petrobras protestaram contra o processo de privatização da estatal brasileira organizado pelo governo Temer. Os atos fizeram parte do "Dia nacional de luta contra a privatização do Sistema Petrobras" convocado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Os protestos aconteceram nas sedes dos sindicatos dos Petroleiros em Pernambuco, Paraná, Amazonas e Bahia. No Ceará, a categoria também realizou um café da manhã em protesto simbólico contra o corte da refeição na Usina Termoceará, que iniciou no último dia 12.
"A Petrobras tem outros gastos absurdos e quer tirar uma mixaria que é a alimentação de seus funcionários, principalmente aqui, que é uma área remota. O Sindicato vai entrar com ação jurídica contra esse corte", disse Douglas Uchoa, diretor eleito do Sindipetro e petroleiro da Unidade.
Em Minas Gerais, os protestos somaram-se a uma discussão sobre a reforma da Previdência com a presença da deputada estadual Marília Campos (PT) e do economista José Prata, ex-dirigente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte.
Greve
De acordo com a FUP, os atos fazem parte de uma ampla mobilização para a greve nacional da categoria petroleira contra o desmonte e privatização da Petrobras. Em texto informativo intitulado "Muito mais que um crachá verde: petroleiros em defesa da Petrobras", a Federação elenca as políticas de redução da estatal brasileira que têm sido implementadas.
"Mais uma vez, a Petrobras está no olho do furacão. Além da atual crise internacional que derrubou os preços do petróleo, a empresa enfrenta as consequências de uma disputa política que a colocou no centro de um golpe de Estado, articulado para, entre outros objetivos, entregar o Pré-Sal e os ativos nobres da companhia ao capital estrangeiro", diz o texto.
A FUP ainda defende que a mera entrada de capital estrangeiro sem articulação com investimentos não é uma solução para a Petrobras. A desvalorização dos ativos da empresa promovidos pelo governo Temer — como a venda do Complexo Petroquímico de Suape por R$1,25 bilhões, enquanto seu valor contábil estava registrado em R$4,5 bilhões — limita sua capacidade de atuação no mercado global, "condenando-a a um papel secundário na indústria de petróleo".
A Federação conclui convocando a categoria: "Só com mobilização os petroleiros conseguirão barrar esse desmonte. A greve de 2015 deu a senha. É chegada a hora da juventude assumir o legado de luta herdado das gerações anteriores e provar que está preparada para embates maiores".
*Com informações da FUP.
Edição: José Eduardo Bernardes
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