Estudantes da Grande São Paulo que utilizam o Bilhete de Ônibus Metropolitano (Cartão BOM) e têm direito ao passe livre reclamam de não estarem conseguindo o benefício devido a falhas no novo sistema de recadastramento.
O BOM é o cartão que moradores da região metropolitana usam para pagar ônibus intermunicipais, trens e metrô. Têm direito ao passe livre alunos da rede pública e do ensino superior, com renda familiar inferior a 1,5 salário mínimo (R$ 1.405,50) e que moram em municípios distintos ao das instituições de ensino.
Os passageiros dizem que o recadastramento, feito pela internet, foi alterado pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), e o benefício não foi liberado com o início das aulas. A situação se complica porque a tarifa teve aumento neste ano (os valores variam de acordo com o trajeto).
É o caso da estudante de engenharia civil Dayane Fagundes, de Diadema (Grande SP). Fagundes é beneficiada pelo Prouni e estuda em São Paulo.
"No ano passado, não teve essa burocracia, eles não pediam nenhum documento para nós. A faculdade já manda nossos dados. Eu acho que eles fizeram essa burocracia para que a gente pagasse passagem nesse começo de semestre e gerasse menos custo para o governo. Eles deram um prazo de 15 dias úteis, mas já faz 19 dias úteis que eu fiz a solicitação e nada", afirma a estudante.
Já Felipe Paludetti mora em Santo André e estuda sociologia e política em São Paulo. O estudante reclama que está difícil pagar a tarifa que está mais cara.
"Parece que eles estão querendo retardar a liberação do passe livre para a gente ter que pagar a passagem que aumentou no domingo. Eu pego trólebus em Santo André que está R$ 4,30 agora. Está complicado ter que tirar do bolso para vir estudar", diz Paludetti, que afirma que o 0800 da EMTU não funciona e os estudantes não têm como realizar reclamações.
Posição
Em nota, a EMTU informa "que os benefícios do Passe Escolar e Passe Livre estão sendo liberados normalmente, obedecendo às diretrizes previstas e informadas aos interessados".
Segundo a empresa, "a análise criteriosa da documentação é necessária já que, infelizmente, temos identificado irregularidades nos documentos enviados pelos requerentes, principalmente do Passe Livre, que enviam documentos adulterados para se enquadrar na lei".
Edição: Camila Rodrigues da Silva