Famílias atingidas pela Usina Hidrelétrica (UHE) do Baixo Iguaçu protestam em frente à sede da Consórcio Neoenergia, em Capanema, sudoeste do Paraná, nesta segunda-feira (6). A mobilização é pela imediata divulgação do cronograma de cadastramento físico das propriedades afetadas, que está sendo realizado pela empresa sem acompanhamento dos atingido. Além disso, as famílias cobram a garantia do Reassentamento Rural Coletivo e de indenizações justas.
A construção da Usina teve início em julho de 2013. Desde então, pequenos agricultores atingidos cobram realocação e condições dignas de recomeçar a vida em outro lugar. Inúmeras ocupações do canteiro de obras foram realizadas ao longo dos pouco mais de três anos de construção do megaprojeto. As famílias integram o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
As obras da UHE do Baixo Iguaçu estão localizadas na divisa entre Capanema e Capitão Leônidas Marques, mas também trará impactos em áreas dos municípios de Planalto, Realeza e Nova Prata do Iguaçu, na região Sudoeste do estado.
Em novembro de 2016, mais de 30 órgãos públicos estaduais, parlamentares da Assembleia Legislativa do estado e do Congresso Federal pediram ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) a suspensão das obras da Usina do Baixo Iguaçu. O argumento é o descumprimento das condicionantes para a realização da obra, no que diz respeito à garantia dos direitos das pessoas atingidas pela megaprojeto, por parte do Consórcio Neoenergia.
Consórcio
A Usina será a sexta de grande porte a funcionar ao longo do Rio Iguaçu. Já estão construídas no leito do maior rio do estado as hidrelétricas Foz do Areia, Governador Ney Aminthas de Barros Braga (antiga Salto Segredo), Salto Caxias, Salto Osório e Salto Santiago. O Consórcio Energético Baixo Iguaçu é formado pela Neoenergia e pela Copel, com participação de 70% e 30%, respectivamente. As empresas poderão explorar a Usina por 35 anos.
Edição: Ednubia Ghisi