A vida de quatro mulheres negras da periferia paulistana é retratada no documentário Nós, Carolinas, que tem pré-estreia nesse 8 de março, Dia Internacional da Mulher. O curta, com duração de 17 minutos, foi realizado pelo Coletivo Nós, Mulheres da Periferia.
Em entrevista à Radio Brasil Atual, Jéssica Moreira, integrante do coletivo, explica que as narrativas individuais servem para fortalecer a memória coletiva desse grupo de mulheres, que geralmente é excluído da mídia tradicional.
“Nós escolhemos quatro personagens que são quatro gerações de mulheres, Dona Carolina, de 93 anos, a Joana tem 50 anos – ela voltou a estudar depois dos 50 anos –, a Tarcila é uma jovem de 30 anos que mescla sua vida enquanto educadora e o cuidado com as crianças, e também tem a Renata, que é uma menina de 17 anos, que aceitou seu cabelo faz pouco tempo e se reconheceu como mulher negra e ama a sua periferia.”
As histórias individuais das quatro mulheres estão conectadas pelos impactos do machismo e das desigualdades raciais e sociais ainda presentes no Brasil.
“Nós demos muito valor para essas narrativas, porque a gente acredita que a partir do momento que as mulheres passam a falar sobre suas próprias histórias elas ampliam suas vozes e tem mais força para lutar pelos seus próprios direitos.”
Ainda de acordo com Jéssica, Dona Carolina, que faleceu no ano passado aos 93 anos, foi inspiração para o nome do documentário.
“A Dona Carolina, por ter vivido no começo do século 20, trouxe muito do racismo institucional que acontecia na cidade de São Paulo principalmente no interior. E isso foi muito importante pra gente ter dimensão de quão forte isso foi na vida das mulheres periféricas e negras ”
O nome do curta Nós, Carolinas também homenageia a escritora Carolina de Jesus, autora do livro “Quarto de Despejo – diário de uma favelada”, de 1960.
A pré-estreia de Nós, Carolinas será nesta quarta-feira (8), às 19h, na Galeria Olido, no centro de São Paulo. Com entrada gratuita, é só retirar o ingresso com uma hora de antecedência. Ainda no mês de março o filme será exibido nos bairros paulistanos de Cidade Tiradentes, Campo Limpo, Guaianases e Perus, onde moram as mulheres retratadas.
*Com informações da Rede Brasil Atual.
Edição: Daniela Stefano