ALBA

Revolução Cubana é solidária com Dilma, Lula e Cristina Kirchner, diz Raúl Castro

"Pobreza, catástrofes e imigrantes não podem ser contidos com muros, mas com cooperação", afirmou presidente cubano

Opera Mundi |
Raúl Castro manifestou solidariedade de seu país com a Revolução Bolivariana
Raúl Castro manifestou solidariedade de seu país com a Revolução Bolivariana - Cancilleria Venezolana

O presidente de Cuba, Raúl Castro, reafirmou, neste domingo (05), a solidariedade da Revolução Cubana com Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, considerados por ele como “reconhecidos líderes de Nossa América”, diante das perseguições políticas de que são alvos em seus países de origem. 

No encerramento de seu discurso na cúpula da ALBA-TCP (Aliança dos Povos Bolivarianos para a Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos), realizada em Caracas, o líder cubano também voltou a destacar “o compromisso de acompanhar a defesa da Venezuela e a posição digna, valente e construtiva do presidente Nicolás Maduro”.

Pela primeira vez, desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi eleito, Raúl se pronunciou sobe a política imigratória adotada pelo homólogo norte-americano, classificada por ele de “irracional”. “O muro que se pretende construir na fronteira norte do México é uma expressão de irracionalidade, não apenas contra esse país irmão, mas contra toda nossa região. A pobreza, as catástrofes, os imigrantes não podem ser contidos com muros, mas com cooperação, entendimento e paz”.

Raúl também fez duras críticas à nova agenda do governo dos Estados Unidos que, segundo ele, “ameaça desatar um protecionismo comercial extremo e egoísta que impactará a competitividade de nosso comércio exterior; vai vulnerar os acordos ambientais para favorecer os lucros das transnacionais; vai perseguir e deportar imigrantes gerados pela distribuição desigual de riqueza e o crescimento da pobreza provocada pela ordem internacional imposta”.

Veja a íntegra do discurso de Raúl (em espanhol):

Cúpula da Alba

Os Estados integrantes da Alba decidiram que o ex-chanceler boliviano David Choquehuanca será o secretário-geral do bloco. Entre as determinações do encontro está a resolução de trabalhar em prol do reforço da unidade e da integração da América Latina e Caribe e expressaram preocupação com a situação dos imigrantes na região.

Reunião foi a 14ª realizada pela Alba, iniciativa criada para fazer contraponto à Alca (Área de Livre Comércio das Américas)

Entre as decisões tomadas neste domingo estão:

- criação de condições que assegurem o desenvolvimento do bloco;

- afirmação da unidade e da integração regionais como “condição inadiável”

- reafirmação da América Latina e das Caraíbas como Zona de Paz

- reativação de um fundo de apoio jurídico e de assessoria aos imigrantes


Os países presentes também criticam o papel assumido pela OEA (Organização de Estados Americanos) que não representa os povos e reafirmam que a “defesa da Venezuela e de sua Revolução não é um problema exclusivo dos venezuelanos”, mas de toda a América Latina.

Outra resolução tomada pelos países reunidos em Caracas foi o reconhecimento do controle social dos bens públicos e coletivos como uma prioridade. Além disso, a água e o saneamento básico foram reconhecidos como “um direito humano que não pode estar em mãos privadas”, devendo ser dever dos Estados “garantir o abastecimento para o bem-estar dos povos”.

O organismo também apoiou a convocatória realizada pelo Estado Plurinacional da Bolívia para a Conferência Mundial dos Povos por um Mundo sem Muros, que será realizada nos dias 20 e 21 de Junho em Cochabamba.

A Alba é integrada por 11 países: Antígua e Barbuda, Cuba, Bolívia, Dominica, Equador, Granada, Nicarágua, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas e Venezuela.

Veja a íntegra da declaração, lida pela chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez (em espanhol):

 

Edição: Opera Mundi