Cerca de R$ 30 milhões em verbas que seriam destinadas para programas de combate a enchentes e obras em terminais de ônibus foram deslocados para a Secretaria de Desestatização e Parceria da gestão João Doria (PSDB), na cidade de São Paulo. O remanejamento foi publicado no Diário Oficial da Cidade nesta terça-feira (7).
A pasta abriga a nova empresa pública “SP Parcerias”, que será responsável por implementar o programa de privatizações da gestão tucana. Em fevereiro, o prefeito foi aos Emirados Árabes Unidos procurar investidores para a cidade e a prefeitura elaborou um vídeo em que anuncia o “maior programa de privatização da história” do município.
Na lista de bens estatais na mira de João Doria, aparecem o Anhembi, o autódromo de Interlagos, o Pacaembu, o Parque do Ibirapuera, entre outros equipamentos. A justificativa do prefeito é que as privatizações ajudariam o caixa da administração pública.
O secretário de Finanças da prefeitura, Caio Megale, em entrevista à Folha de São Paulo, os R$ 30 milhões serão utilizados para pagar novos funcionários da pasta e para a contratação de assessorias internas e externas, responsáveis pela avaliação dos projetos de privatização. Do valor total remanejado, R$ 24 milhões eram destinados às obras nos terminais de ônibus e R$ 4 milhões seriam empregados em obras contra enchentes. Outros R$ 2 milhões custeariam a obra na ponte Raimundo Pereira de Magalhães, que ligaria os bairros de Pirituba e Lapa.
A prefeitura justifica ainda que a nova secretaria nasceu sem uma verba específica, já que o orçamento da cidade foi aprovado no ano passado. Em janeiro, a Secretaria Municipal da Fazenda já havia congelado quase todos os investimentos em obras no município.
Edição: Luiz Felipe Albuquerque