Há seis anos sem função social, a fazenda de Eike Batista serve agora a 150 famílias de agricultores rurais. Mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam na quarta (8) a fazenda Santa Terezinha, em Itatuaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), de propriedade do empresário. A ocupação sofre pressão policial, mas os trabalhadores sem-terra já começam a levantar barracos de lona e prometem iniciar a plantação do terreno em dois dias.
O local tem cerca de 3 mil hectares e deverá ser dividido em cerca de 200 lotes para plantio e moradia. 150 famílias já estão no local e outras 50 devem chegar até sábado, explica Esther Hoffmann, integrante da coordenação do MST. “A polícia fechou a estrada ontem (8), mas já reabriram e o tempo todo continuam chegando novas famílias”, conta Esther.
Segundo o movimento, a pressão policial acontece desde o início da ocupação. Nove viaturas do batalhão de choque se mantêm no local e há ameaça de despejo pela PM, mesmo sem a existência de uma ordem judicial, de acordo com Esther.
O argumento mais usado contra a ocupação é que ela estaria localizada em um terreno de reserva ambiental. “Existe uma área fruto de um TAC [Termo de Ajuste de Conduta] do qual estamos cientes e não a ocupamos. Estamos na parte agricultável da fazenda”, afirma Esther.
Eike: proprietário preso
O empresário Eike Batista, que já foi considerado o homem mais rico do Brasil, cumpre prisão preventiva desde o final de janeiro. Ele é suspeito de lavagem de dinheiro em um esquema que envolve o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
Doações
O movimento pede doações para a ocupação, que podem ser enviadas para sua secretaria em Belo Horizonte (Rua Nova Friburgo, 645).
Edição: Joana Tavares