Dar opinião está muito complicado hoje em dia. Se alguém discorda, não argumenta: xinga, ameaça, quer até matar quem pensa diferente. Seja na política, no futebol ou qualquer coisa, opinião diferente é motivo pra briga.
Tem gente raivosa como nunca. Por isso, quando estiver num meio que não é o seu, lembre-se: “Em festa de jacu, nhambu não pia”.
O conselho é, às vezes, se comportar de acordo com o lugar em que se está, como diz o ditado “Em terra de sapos, de cócoras com eles”.
Esses são exemplos de ensinamentos da sabedoria popular através dos ditados. E muitos desses ditados os animais estão presentes.
Vou citar mais alguns aqui:
Depois de uma certa idade é difícil abrir a cabeça para certas novidades, não é? Ou, mesmo abrindo, a gente tem dificuldade para aprender algumas coisas. Neste caso, valem os ditados “Burro velho não toma ensino” e “Papagaio velho não aprende a falar”.
Mas tem situações em que se valoriza muito a experiência: “Macaco velho não mete a mão em cumbuca”, “Macaco velho não trepa em galho seco” e “Cachorro velho não late à toa”.
Para pessoas que não percebem que precisam se unir para ter força e vencer uma luta difícil, tem o tradicional “Caititu fora da manada cai no papo da onça”.
Quando um sujeito ruim é vítima de uma ruindade de outro pior ainda, o ditado apropriado é “A cobra maior engole a menor”.
Uma mulher que aproveitou bem a juventude, e agora cobra pureza e virtudes da filha, e ouviu o seguinte ditado: “Vaca velha parece que nunca foi bezerra”.
Para um sujeito sem-vergonha, ruim, que tem um monte de cupinchas: “Onde vai o cachorro, vão as pulgas”.
Uma coisa cada vez mais comum que vemos na política, por exemplo, é gente que considerávamos boa se enturmando com safados, e se ferrando. Podemos lembrar aos que fazem isso: “Quem se mistura aos porcos, come lavagem”.
E aquele sujeito que chega na sua casa e pede para se hospedar um ou dois dias, mas vai ficando... Para ele, pode-se dizer: “Hóspedes e peixes, com três dias fedem”.
Se algum sujeito insistir em lhe dar conselhos que você não quer, diga logo: “Quem anda pela cabeça dos outros é piolho”.
Quando uma pessoa está sendo atacada por todos os lados, dizem que ela está “Como barata em galinheiro”.
Para quem fica valentão quando um desafeto está derrotado pelos outros e não tem como reagir, pode fazer nada, pode-se dizer: “Boi atolado, pau nele” ou que é fácil “Chutar cachorro morto”.
Eu me lembro de um sujeitinho todo ingênuo, meio atrapalhado, e descobriram que ele estava namorando uma mulher bonita, paquerada por muitos homens. Para ele, vale o ditado “Boi sonso é que pula cerca”.
Bom... Já que falei em boi, vamos terminar com um ditado em que ele é citado, dando vivas à liberdade: “Boi solto lambe-se todo”.
Edição: Camila Maciel