Violência

Homens armados invadem hospital e executam trabalhador rural no Pará

Vítima estava internada na UTI de hospital após sofrer ataque há dois dias

Brasil de Fato |
Waldomiro Costa Pereira militou por muitos anos pela reforma agrária
Waldomiro Costa Pereira militou por muitos anos pela reforma agrária - Reprodução

O trabalhador rural Waldomiro Costa Pereira foi assassinado nesta segunda-feira (20) por um grupo de homens armados que invadiu o Hospital Geral de Parauapebas, no sudeste do Pará, onde ele estava internado. Em nota, a Coordenação Estadual do MST paraense lamentou o ocorrido.

Waldomiro, que não participava no período recente de instâncias de direção do MST no estado, era militante do Partido dos Trabalhadores e havia assumido um cargo de assessoria na Prefeitura da cidade.

Vigilantes do hospital relataram que, por volta de 2h30, foram rendidos por cinco homens encapuzados que portavam armas e chegaram em duas motocicletas. Três deles entraram no prédio em direção à UTI. A ação durou cerca de três minutos e foi registrada pelas câmeras de segurança do hospital. A Polícia Civil de Parauapebas já abriu um inquérito para investigar o caso.

A nota divulgada pelo MST destaca que Waldomiro contribuiu, desde 1996, para a luta pela Reforma Agrária. A vítima era assentada no Assentamento 17 de abril, onde atuava desde sua ocupação.

"É com extrema tristeza que lamentamos sua morte e prestamos solidariedade a sua esposa, filhos, e toda a sua família neste momento de dor e indignação. O MST desconhece os motivos do assassinato. Como movimento de luta pela vida, repudiamos toda e qualquer forma de violência contra homens e mulheres. Esse é mais um assassinato de trabalhadores no Estado do Pará em que o governo é culpado por sua incompetência em cuidar da segurança da população". A  nota também ressalta que o crime foi "praticado em função da negligência do Estado em apurar e punir os crimes dessa natureza".

O MST também exigiu uma resposta das autoridades para julgar "tamanha brutalidade cometida por um estado de violência que representa a banalização da vida em nossa sociedade".

Em nota, a Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou que disponibilizará todas as imagens do circuito interno de gravação do hospital para as autoridades policiais.

Edição: Vanessa Martina Silva