AGROECOLOGIA

2ª Feira Nacional da Reforma Agrária do MST acontece em maio, em São Paulo

Ao longo de quatro dias, agricultores de todo Brasil compartilharão produtos e experiências no campo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Primeira edição da feira aconteceu em outubro do último ano
Primeira edição da feira aconteceu em outubro do último ano - MST

A segunda edição da Feira Nacional da Reforma Agrária já tem data e local definidos para acontecer. Entre 4 e 7 de maio, agricultoras e agricultores vindos de acampamentos e assentamentos de todo o país estarão no Parque da Água Branca, em São Paulo (SP), trazendo a diversidade da culinária da terra, produzida de forma saudável e agroecológica, e dialogando sobre a importância da reforma agrária popular.

“A nossa segunda feira tem como objetivo debater sobre alimentos saudáveis junto à população. A gente também quer fazer um diálogo com a sociedade através das várias dimensões da cultura e das vivências camponesas", conta Antonia Ivone de Melo Silva, cearense conhecida como 'Nene' e integrante do setor de produção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O encontro, de caráter nacional, contará com mais de 600 feirantes de todas as regiões e estados brasileiros. De acordo com o MST, 250 toneladas de produtos produzidos nos assentamentos serão comercializados ao longo dos quatro dias.

Assim como em sua primeira edição, a Feira contará com mostras culturais, debates, apresentação de artistas e uma feira literária com a participação de diversas editoras, como a Livraria Expressão Popular.

"Nós estamos vivendo um momento de muita dificuldade, de muitas denúncias e criminalização, principalmente sobre os trabalhadores", considera Nene. Em sua avaliação, mesmo em tempos de governo não eleito, em que há tentativas de implementar medidas que afetam diretamente a população rural, como a reforma da Previdência, "aumentam as contradições sobre o agronegócio e a insegurança sobre a alimentação”.

Nesse sentido, Nene acredita que a Feira também representará um contraponto ao cenário político nacional, mostrando todas as dimensões da luta pela reforma agrária construída pelo movimento e convidando paulistanas e paulistanos a repensarem sua relação com a terra, com o meio ambiente, com sua alimentação e com a sociedade.

"Além de levar sabores, cheiros, gostos, a gente quer mostrar para a população de São Paulo — que também é diversa —, que o MST faz a luta, mobiliza-se na sociedade, além de produzir alimento saudável e diversificado", diz a integrante do setor de produção.

Edição: Camila Rodrigues da Silva