Na verdade, a empresa dos Correios e Telégrafos está sendo sucateada
Realmente não há menor condição em confiar em integrantes deste governo. Neste caso, trata-se do Ministro Gilberto Kassab que acabou de dar uma declaração sobre os Correios e Telégrafos, que há tempos está na alça de mira dos defensores a privatização da empresa. O Ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicação na prática está investindo contra a referida empresa, mas usa de uma linguagem enganadora ao afirmar dissimuladamente que a estatal precisa de um profundo corte de gastos para não ser privatizada.
Na verdade, a empresa dos Correios e Telégrafos está sendo sucateada e para enganar incautos Kassab usa de artifícios enganadores do verdadeiro objetivo da privatização. Como este governo tem como meta reduzir ao mínimo o Estado, os relatos sobre a estatal Correios e Telégrafos fazem parte desse contexto. Em outras palavras, Kassab simplesmente está seguindo a receita do golpista Michel Temer de tornar mínimo o Estado brasileiro, como almejam os grupos internacionais sequiosos em controlar empresas eficientes como sempre foi a estatal Correios e Telégrafos com o objetivo de lucrar ao máximo.
Kassab foi instruído para enganar o que o governo usurpador deseja. É lamentável como um político ocupante de um Ministério se presta a um papel desse tipo. No futuro quando se estudar este período, figuras como Kassab serão lembradas como seguidores incondicionais de um projeto que tem por finalidade prática transformar a nação brasileira numa mera colônia de grupos internacionais que só pensam em lucrar, independente se o lucro a obter prejudica essencialmente a maioria do povo.
Mas futuramente, não tenham dúvidas, a história não se encarregará apenas de Kassab. Várias outras figuras terão lugar também garantido no lixo, como efeito concreto do que fazem nos tempos atuais. Gilmar Mendes, Ministro do Supremo Tribunal Federal, por exemplo, nomeado pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso, tem o mesmo lugar garantido que Kassab, porque se comporta não como Ministro da instância máxima da Justiça brasileira, mas sim como um político que segue orientação do próprio que o nomeou. Dizem até que quer ocupar o posto de Presidente da República no caso de uma eleição indireta pelo Congresso.
No lixo da história outras figuras cultuadas pela mídia comercial conservadora e por alguns colunistas de sempre serão colocadas como exemplo de como nos tempos atuais a baixa política predomina.
No caso do Estado do Rio de Janeiro, já têm lugar garantido políticos como Sérgio Cabral e o seu sucessor, por ele criado, mais conhecido como Pezão, Luiz Fernando. De quebra, o vice Francisco Dornelles, que ocupou o governo do Estado durante meses seguindo a mesma política do titular inventado por Cabral. O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, sem dúvida, não escapará do lixo da história.
A propósito ainda de Sérgio Cabral, prisioneiro de Bangu I, o cumprimento da lei para a sua mulher remete a outra questão: quando a Justiça determinará a prisão domiciliar de outras presas com filhos ou filhas de até 12 anos de idade? Ou será que essa recomendação da Organização das Nações Unidas só tem valor aqui no Brasil para prisioneiras de alto poder aquisitivo, como Adriana Ancelmo? E mesmo que a grana venha de falcatruas com o erário público.
* Mário Augusto Jakobskind é jornalista, integra o Conselho Editorial do Brasil de Fato no Rio de Janeiro, escritor e autor, entre outros livros, de Parla - As entrevistas que ainda não foram feitas; Cuba, apesar do Bloqueio; Líbia - Barrados na Fronteira e Iugoslávia - Laboratório de uma nova ordem mundial.
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