No dia 31 de março de 1904, nascia, no Rio de Janeiro, Zilda de Carvalho Espíndola, conhecida mais tarde pelo nome artístico de Araci Cortes. A cantora fez um grande sucesso nas décadas de 1920 e 1930, com sua particular voz soprano, o tipo de voz feminina mais agudo.
Aos 17 anos de idade, foi embora de casa para trabalhar como cantora em um circo. Foi descoberta pelo artista Luís Peixoto, quando cantava e dançava maxixes no Democrata Circo. Seu nome artístico lhe foi dado por Mário Magalhães, crítico teatral do jornal "A Noite", quando passou a atuar teatro de revista no começo dos anos 20.
Considerada a primeira grande cantora popular brasileira, foi praticamente a única a ter sucesso na década de 20, numa época em que figuravam apenas homens entre os grandes nomes.
Em 1925, gravou seu primeiro disco, com duas músicas: A Casinha (A Casinha da Colina), de Pedro de Sá Pereira, e Petropolitana.
Já em 1928, teve enorme sucesso com o samba "Jura", de José Barbosa da Silva, mais conhecido como Sinhô. Conta-se que no dia em que a canção foi apresentada, Araci teve que repeti-la até sete vezes a pedido do público.
No mesmo ano, Araci gravou uma canção que teve enorme sucesso: Ai, Ioiô, composta por Henrique Vogeler, Luiz Peixoto e Marques Porto. A canção, cujo título original é Linda Flor, é considerada o marco inicial do gênero samba-canção.
Araci ajudou no sucesso de vários compositores, entre eles Ary Barroso. A cantora foi, junto com Francisco Alves, uma das primeiras a gravar Aquarela do Brasil.
Entre as décadas de 50 e 60, afastou-se do meio artístico. Mas, em 1965, teve uma volta triunfal com o espetáculo Rosa de Ouro, ao lado de Paulinho da Viola, Elton Medeiros e da então estreante Clementina de Jesus.
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Mosaico Cultural
Locução: José Bruno Lima
Produção: Mauro Ramos
Sonoplastia: André Paroche