Nas últimas semanas, temos acompanhado a Operação Carne Fraca que denunciou casos de corrupção e fraude envolvendo o agronegócio e o Ministério da Agricultura.
Esta operação é uma mostra de como o agronegócio é movido pela lógica do “lucrar mais a qualquer custo”.
Degradação ambiental, exploração de trabalhadores, concentração de terra nas mãos de pouca gente, além dos crimes contra os povos indígenas, quilombolas, pescadores e camponeses.
Tudo isso caracteriza o modelo de agronegócio.
Não podemos esquecer do uso abusivo de agrotóxicos que destrói a vida no campo, contamina os solos, as águas e envenena os alimentos dos brasileiros e das brasileiras.
Essas denúncias da Operação Carne Fraca reafirmam as contradições do agronegócio, principalmente em relação à saúde humana e à destruição ambiental.
Nós, do MST, defendemos que as empresas envolvidas sejam punidas e responsabilizadas.
Também deve ser investigado o conluio entre as empresas do setor e os fiscais do Ministério da Agricultura. O órgão mais parece o Ministério do Agronegócio.
Enquanto isso, quem paga a conta são os trabalhadores da agroindústria da carne.
Eles já estão expostos à precarização pelas empresas e agora sofrem com demissões em massa por conta das investigações.
E você deve se perguntar: com tantos impactos negativos, como o agronegócio se mantém?
Para garantir e ampliar privilégios, ele financia as eleições de deputados mais conservadores, a chamada “ bancada do boi”.
Com isso, os ruralistas conseguem aprovar retrocessos nas leis dos direitos sociais, trabalhistas e ambiental.
Para se contrapor a essa forma de produção no campo que degrada o meio ambiente e os seres humanos, o MST segue na defesa da Reforma Agrária Popular.
Combateremos sem tréguas o agronegócio. Seguimos na defesa de um modelo baseado na cooperação agrícola, agroecologia e na soberania popular.
*João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST
Edição: Camila Maciel