Operação

“Carne Fraca” expõe contradições do agronegócio, diz MST em nota

Movimento dos Trabalhadores Sem Terra quer o fim do conluio entre empresas do setor e o Ministério da Agricultura

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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https://soundcloud.com/radioagenciabdf/carne-fraca-mostra-como-agronegocio-segue-logica-de-lucrar-mais-a-qualquer-custo-avalia-mst
https://soundcloud.com/radioagenciabdf/carne-fraca-mostra-como-agronegocio-segue-logica-de-lucrar-mais-a-qualquer-custo-avalia-mst - Arquivo/Portal Brasil

Nas últimas semanas, temos acompanhado a Operação Carne Fraca que denunciou casos de corrupção e fraude envolvendo o agronegócio e o Ministério da Agricultura.

Esta operação é uma mostra de como o agronegócio é movido pela lógica do “lucrar mais a qualquer custo”.

Degradação ambiental, exploração de trabalhadores, concentração de terra nas mãos de pouca gente, além dos crimes contra os povos indígenas, quilombolas, pescadores e camponeses.

Tudo isso caracteriza o modelo de agronegócio.

Não podemos esquecer do uso abusivo de agrotóxicos que destrói a vida no campo, contamina os solos, as águas e envenena os alimentos dos brasileiros e das brasileiras.

Essas denúncias da Operação Carne Fraca reafirmam as contradições do agronegócio, principalmente em relação à saúde humana e à destruição ambiental.

Nós, do MST, defendemos que as empresas envolvidas sejam punidas e responsabilizadas.

Também deve ser investigado o conluio entre as empresas do setor e os fiscais do Ministério da Agricultura. O órgão mais parece o Ministério do Agronegócio.

Enquanto isso, quem paga a conta são os trabalhadores da agroindústria da carne.

Eles já estão expostos à precarização pelas empresas e agora sofrem com demissões em massa por conta das investigações.

E você deve se perguntar: com tantos impactos negativos, como o agronegócio se mantém?

Para garantir e ampliar privilégios, ele financia as eleições de deputados mais conservadores, a chamada “ bancada do boi”.

Com isso, os ruralistas conseguem aprovar retrocessos nas leis dos direitos sociais, trabalhistas e ambiental.

Para se contrapor a essa forma de produção no campo que degrada o meio ambiente e os seres humanos, o MST segue na defesa da Reforma Agrária Popular.

Combateremos sem tréguas o agronegócio. Seguimos na defesa de um modelo baseado na cooperação agrícola, agroecologia e na soberania popular.

*João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST

Edição: Camila Maciel