Com o tema “a arte como resistência”, o primeiro Encontro da Juventude Negra (Ejune) reuniu cerca de 200 jovens em Uberlândia, nos dias 7 e 8 de abril. A proposta do evento é refletir como a arte de rua, manifestações de teatro, o samba, o grafite e o hip hop podem agregar a juventude negra na perspectiva de resistir à violência cotidiana.
Organizada pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB), a programação contou com mesas de debates, plenárias, oficinas de batalhas de raps e foi fechada com um baile black. “Trouxemos a história da vulnerabilidade da juventude negra, as múltiplas violências, física e simbólica, que acometem esse segmento”, conta Pollyanna Fabrini, Diretora de Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Cultura e uma das idealizadoras do encontro.
Em tempos de racismo
Atualmente, a UFU passa por um processo de implementação de cotas para negros e negras em seus cursos, o que causa um aumento da demanda de políticas raciais que visam a permanência desses jovens na universidade. Para Pollyanna, é importante que a instituição construa com esses estudantes o sentimento de pertencimento e identidade com a universidade.
“Essa troca de experiências, tanto para os jovens da comunidade externa que se sentem parte da academia quanto para a comunidade acadêmica que amplia seu olhar e compreende as dificuldades de uma juventude periférica, colabora com desconstruções e cria processos de pertencimento”, afirma. “Pessoas saíram do evento tocadas e é isso que importa. A empatia com as demandas raciais só é dada se tivermos espaços como esse”, completa.
Edição: Larissa Costa